De volta à estaca zero. Assim como aconteceu em março e, depois, em junho do ano passado, Belo Horizonte volta a amanhecer, nesta segunda-feira (11), com as portas das lojas de rua e de shoppings fechadas. A exceção são as atividades consideradas "essenciais", como padarias, supermercados e postos de gasolina (veja lista completa ao final da reportagem).
O novo fechamento foi anunciado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) na quarta-feira (6), e oficializado em um decreto, publicado na última sexta-feira (8). As medidas começam a valer a partir desta segunda (11), por tempo indeterminado.
Além dos serviços essenciais, praças públicas permanecerão abertas, ao contrário do que aconteceu no início do ano passado com cinco grandes praças, assim como os parques públicos e o zoológico da cidade, com visitas agendadas previamente.
Além disso, qualquer estabelecimento pode funcionar no sistema de delivery e de drive-thru, além de retirada na porta, no caso de bares e restaurantes.
Segundo a prefeitura, mesmo com as restrições, um total de 153.947 empresas de serviços e de atividades essenciais (82% das empresas ativas instaladas na capital) continuarão autorizadas a funcionar.
Mesmo assim, representantes do comércio reagiram à decisão da prefeitura e pediram reunião com o prefeito. Houve protestos de algumas categorias, como a de donos de academias.
Quarentena é por tempo indeterminado
A decisão, segundo a prefeitura, leva em consideração os três índices monitorados pelo executivo municipal durante a pandemia: o número médio de transmissão por infectado (RT); a ocupação de leitos de UTI; e a ocupação de leitos de enfermaria.
Os dados mais atualizados, divulgados na sexta-feira (8), mostram a situação de alerta na capital mineira, com 83,3% dos leitos de UTI ocupados e 1.938 mortes provocadas pela Covid-19 na cidade. Desde o início da pandemia, já foram notificadas 68.213 confirmações.
"Chegamos ao limite da Covid-19. Nós avisamos, nós tentamos avisar. Tentamos manter a cidade aberta há 10 dias, quando os números ainda eram perigosos, mas nós tínhamos, pelo menos, uma expectativa de responsabilidade (...) O comerciante tem que se preparar porque sexta-feira nós estamos soltando um decreto voltando a cidade à estaca zero", disse Kalil, na quarta-feira.
A prefeitura seguirá monitorando os indicadores epidemiológicos para avaliar sobre a possibilidade de mudanças no processo de reabertura. Portanto, a quarentena permanecerá o tempo necessário para redução dos números, que é indeterminado.