Menos de 12 horas após o tremor de terra de magnitude 0,39 registrado na área da mina que corre risco de colapsar no bairro do Mutange, em Maceió, um novo abalo sísmico aconteceu no mesmo local, na madrugada deste sábado (2), a uma profundidade de 300 metros. Segundo a Defesa Civil Municipal, esse evento foi um pouco mais forte, de magnitude 0,89. Não há relatos de que o tremor tenha sido sentido pela população.
Apesar do tremor, a velocidade da movimentação do solo caiu, passando de 1 cm/hora para 0,7 cm/hora. Desde que o monitoramento da mina começou, no dia 28 de novembro, houve um afundamento de 1,56 cm no local.
Nas últimas 24 horas, o deslocamento de terra foi de 13 cm, bem menor que os 62,4 cm/dia registrados antes.
O monitoramento é constante na região, por causa do risco de a mina implodir e abrir uma cratera da largura do estádio do Maracanã. A instabilidade no solo em Maceió foi causada pela mineração feita durante décadas pela Braskem e provocou a evacuação de mais de 14 mil imóveis em cinco bairros, afetando cerca de 60 mil pessoas.
Das 35 minas que a Braskem mantinha na região para extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, a mais instável é a de número 18, que pode afetar outras duas minas vizinhas quando o colapso acontecer.
A Defesa Civil afirma que permanece em alerta máximo porque ainda é iminente o risco na região do antigo campo do CSA, no bairro do Mutange. Por precaução, está mantida a recomendação para que a população evite transitar na área desocupada até uma nova atualização.
Afundamento do solo pode durar até 10 anos
O bairro do Mutange já havia sido completamente evacuado desde que o problema começou. Nos bairros vizinhos também houve evacuação, mas não completamente. Algumas dezenas de famílias ainda permaneciam no Bom Parto, Bebedouro e Pinheiro. Mas a possibilidade do desastre fez muita gente sair voluntariamente e até um hospital transferiu todos os seus pacientes.
A Braskem, empresa responsável pela mineração, informou que continua monitorando a situação da mina 18 e que "continua tomando todas as medidas cabíveis para minimização do impacto de possíveis ocorrências" e segue colaborando com as autoridades competentes.