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Brasil Quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2021, 19:00 - A | A

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EX SE ENTREGOU

Mulher de 25 anos é morta a facadas voltando do trabalho

Matheus Brum | Universa UOL

A técnica de segurança do trabalho Luana Demonier, 25, foi morta a facadas quando voltada para casa do trabalho, em Cariacica (ES), segundo informações da Polícia Militar. Pouco antes do ataque, Luana recebeu uma mensagem do ex-namorado dizendo que iria matá-la.

O homem, que não teve a identidade revelada pela polícia, é o principal suspeito e se entregou nesta quarta no início da tarde na Delegacia da Praia do Canto, em Vitória O caso foi registrado como feminicídio.

O pai de Luana, o microempresário Adilson Nunes, disse que o sentimento é de alívio pela prisão do suspeito. "Fico mais confortável de ele estar preso. Espero agora que a Justiça funcione. O que ele fez com minha filha não se pode fazer com a vida de outra pessoa", afirmou.

Luana tinha medida protetiva; suspeito responde a 8 inquéritos

Segundo a Polícia Militar, a família relatou que a vítima era ameaçada pelo ex e que tinha medida protetiva que o impedia de se aproximar dela, mas que recorrentemente era descumprida.

Luana teve um relacionamento de aproximadamente um ano com o suspeito e que eles tiveram uma filha em 2020, mas o bebê morreu aos cinco meses, após uma parada cardiorrespiratória.

O caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher. A Polícia Civil afirmou que o suspeito é investigado desde 2015. "Ele responde a oito inquéritos policiais instaurados nesta unidade, por crimes relacionados a violência doméstica. Em 30 de julho de 2020 ele foi preso em flagrante pelo crime de ameaça e encaminhado ao Centro de Triagem de Viana, tendo recebido liberdade em 3 de setembro de 2020", informou a polícia por meio de nota.

O órgão ainda explicou que o homem "era um dos alvos da Operação Maria's, realizada em dezembro de 2020, e não foi localizado na ocasião. Em janeiro, novas diligências foram realizadas, mas ele não foi encontrado. Após tomar conhecimento da ordem de prisão, o investigado passou a viver em condição de andarilho, sem endereço fixo, o que dificulta sua localização", afirma comunicado.

Feminicídio

O feminicídio é o assassinato de uma mulher pelo fato de ela ser mulher. É um crime motivado por ódio, desprezo ou sentimento de perda do controle e da "posse" que o agressor acredita ter sob a vítima.

Nem todo assassinato de mulher é um feminicídio, pois há aqueles que acontecem durante um assalto, por exemplo. Por isso, quando se destaca um feminicídio não é o fato apenas de uma mulher ter sido assassinada, mas sim nas circunstâncias descritas no Código Penal. A pena para feminicídio é maior, de 12 a 30 anos de prisão para o autor, como nos homicídios qualificados. Nos casos de homicídio simples a pena é de seis a 20 anos de prisão.

Geralmente, a mulher perde a vida em uma situação de violência doméstica, mas o crime também pode acontecer em espaços públicos. Esta definição consta na Lei do Feminicídio, sancionada em 2015, que passou a determinar a pena específica para esse crime.

Em 2019, foram registrados 1.326 casos de feminicídio no Brasil, e em 90% desses homicídios o autor foi um companheiro ou ex-companheiro da vítima. E quase 60% de todos esses crimes aconteceram dentro de casa. No primeiro semestre de 2020, o número de feminicídios chegou a 648, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Como denunciar uma agressão

Já sofreu uma agressão e quer denunciar? Registre um Boletim de Ocorrência por violência doméstica em qualquer delegacia. Se puder, procure uma delegacia da mulher, especializada neste tipo de caso.

Conhece uma mulher em situação de perigo? Ligue para 180. O canal do governo federal funciona 24 horas, incluindo sábados, domingos e feriados. A ligação é anônima e a central dá orientações jurídicas, psicológicas e encaminha o pedido de investigação a órgãos de defesa à mulher, como o Ministério Público.

Em casos de emergência, é possível telefonar para 190 e acionar a polícia.

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