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Brasil Terça-feira, 30 de Março de 2021, 10:54 - A | A

Terça-feira, 30 de Março de 2021, 10h:54 - A | A

REPERCUSÃO

Reforma ministerial de Bolsonaro é assunto na imprensa internacional

G1

A reforma ministerial do governo Bolsonaro, feita na noite de segunda-feira (29) em meio às saídas de Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores e de Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, foi noticiado em jornais e sites estrangeiros.

Em geral, as notícias destacam as mudanças em seis ministérios "em plena pandemia", a pressão política por algumas trocas — como o caso do Itamaraty — e as concessões feitas ao "Centrão".

Veja abaixo como as mudanças no governo repercutiram internacionalmente:

BBC (Reino Unido)
A rede britânica BBC destaca que a troca ministerial "é a maior remodelação desde que Bolsonaro chegou ao poder, há dois anos" e que as substituições foram feitas "enquanto sua popularidade despenca por causa do tratamento da pandemia".

A reportagem lembra que "o serviço de saúde do Brasil está à beira de um colapso enquanto o país luta contra uma segunda onda mortal" e chama Bolsonaro de "presidente de extrema-direita".

'El País' (Espanha)

O jornal espanhol "El País" diz que "a demissão de dois ministro abre, em plena pandemia, a maior crise do governo Bolsonaro".

A reportagem cita que o presidente brasileiro trocou os titulares de seis pastas após as demissões de Ernesto Araújo do Itamaraty e de Fernando Azevedo e Silva da Defesa. "Uma das renúncias era esperada. A outra foi surpresa total".

O texto destaca que "a gestão da pandemia começa a afetar a política de Bolsonaro mais de um ano após os primeiros casos, embora mantenha o forte apoio de um terço do eleitorado brasileiro".

CNN (Estados Unidos)

A CNN diz em reportagem de seu site que a troca ministerial "parece destinada a garantir maior lealdade em meio à crise da Covid-19 no país" e destaca que o novo ministro da Justiça, delegado Anderson Torres, é amigo da família Bolsonaro.

O canal de TV americano também destaca a carta de Fernando Azevedo e Silva, em que diz ter "preservado as Forças Armadas como instituição do Estado", e o fato do ex-advogado geral da União (AGU) André Levi ter se recusado a assinar uma ação de Bolsonaro no STF para suspender medidas de restrição adotadas por três governadores.

Al Jazeera (Oriente Médio)

O canal de TV do Oriente Médio Al Jazeera destaca em seu site que Bolsonaro reorganizou seu gabinete "sob pressão da crise da Covid-19" e o presidente brasileiro "está enfrentando críticas generalizadas à medida que aumentam as mortes e infecções pelo coronavírus".

Bolsonaro é chamado de "líder de extrema-direita" e "cético da Covid-19 que rejeitou a necessidade de medidas de saúde pública para mitigar a propagação do vírus".

'Clarín' (Argentina)

O jornal argentino "Clarín" diz que Bolsonaro está "acuado pelo descontrole do coronavírus" e que o presidente brasileiro buscou "dar uma demonstração de autoridade com uma forte mudança em seu gabinete".

A reportagem destaca que "a ação de Bolsonaro surpreendeu o mundo militar" e que a saída de Ernesto Araújo do Itamaraty "foi reivindicada publicamente até pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e pela senadora Kátia Abreu, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Casa.

Público (Portugal)
O jornal português Público destaca que Ernesto Araújo era acusado de obstruir o acesso às vacinas contra a Covid-19 e de prejudicar a diplomacia brasileira.

Destaca também que a Secretaria de Governo da Presidência da República será ocupada pela deputada federal Flávia Arruda (PL), partido do "Centrão", "que sustenta a base aliada do chefe de Estado no Congresso".

La Nación (Argentina)

O jornal argentino "La Nación" destaca que "no pior da pandemia, o presidente realiza a maior reforma de gabinete desde que chegou ao poder" e que Bolsonaro "pretende alinhar as Forças Armadas e os partidos do 'Centrão' aliados no Congresso".

A reportagem destaca também a saída de Ernesto Araújo, que "surpreendeu com posturas como a negação das mudanças climáticas, considerada um dogma criado pela esquerda para prejudicar o desenvolvimento das potências ocidentais e favorecer uma maior influência da China".

Cuiabá MT, 11 de Outubro de 2024