Em meio à pandemia do novo coronavírus - que já matou mais de 11.500 mil pessoas em Mato Grosso -, a população não pode se esquecer de outro inimigo que também faz vítimas a todo o instante: o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, Chikungunya e Zika vírus.
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Em Cuiabá, um levantamento realizado pela Vigilância de Saúde municipal aponta que mais de 90% dos bairros da Capital estão com alto risco. Do início do ano até dia 5 junho foram notificados 404 casos de dengue, sendo 301 confirmados, 10 casos de Chikungunya, sendo 9 confirmados, e 1 de Zika.
A maioria dos bairros de Cuiabá está em situação de alerta e risco alto de transmissão da dengue.
A prefeitura de Cuiabá está colocando em prática uma campanha para a conscientização da população e reforçando as ações de combate ao mosquito, que provoca a doença e evitar sobrecarga nas UPAs e hospitais na cidade.
A campanha "10 Minutos Contra o Aedes" é uma iniciativa da Fiocruz, um projeto inspirado em uma estratégia de controle do Aedes aegypti adotada em Cingapura, sendo capaz de interromper o pico de epidemia de dengue no país. Agindo uma vez por semana na limpeza de criadouros, em casa e no trabalho, a população interfere no desenvolvimento do vetor, cujo ciclo de vida da postura do ovo ao adulto, leva de 7 a 10 dias.
O responsável técnico do distrito leste de Cuiabá, Daniel Cintra, ressalta que os agentes comunitários na maioria das casas estão apenas fazendo a vistoria apenas na área externa e passando informações através do portão. O novo formato se dá por causa das medidas de distancimento impostas devido ao novo coronavírus.
“Os agentes estão munidos de máscara e álcool em gel e tem entrado nas casas e feito os tratamentos das caixas de água. Para as residências que tenham idosos é que os agentes de endemias não entrem na casa dos moradores, apenas realizem a vistoria no Peridomicílio ou repassem a orientação do portão.”
No ano de 2020, Mato Grosso registrou mais de 24 mil casos. Nesses primeiros meses do ano de 2021, foram cerca de 7.200 casos confirmados. O número de casos notificados da Zika vírus em 2020 foi de 310 e em 2021 esse número caiu para 62 casos. Uma redução de 80%.
Já os casos de Chikungunya, em 2020, foram 481 casos contra 77 em 2021, uma variação de 84%.
Também houve diminuição do número de mortes causadas pela dengue. Nos três primeiros meses do ano passado, foram confirmados 13 óbitos e neste ano, no mesmo período, foram quatro mortes.
A gerente de doenças transmissíveis da SES, Alba Valéria Gomes de Melo, diz que a subnotificação dos casos da doença é um dos fatores dessa redução, outro fator também e o tempo que as pessoas estão passando a mais em suas residências contribui para isso.
“Como as pessoas estão passando mais tempo em suas casas, as pessoas devem estar dando mais atenção aos cuidados com o ambiente doméstico”, disse.
Sintomas
A Dengue e Chikungunya são transmitidas pelo mesmo mosquito e apresentam sintomas parecidos. Os principais são: febre e náuseas, dor abdominal, exantema (irritação da pele), dor de cabeça, dor retro orbital (dor ao redor dos olhos) e principalmente dor abdominal.
Já os sintomas da Zika incluem febre baixa, dor nos músculos e articulações, além de vermelhidão nos olhos e manchas vermelhas na pele. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito-da-dengue, e os sintomas normalmente surgem 10 dias após a picada.
Normalmente a transmissão do Zika vírus ocorre através da picada do, mas já existem casos de pessoas que se contaminaram através do contato sexual sem camisinha. Uma das maiores complicações desta doença ocorre quando a gestante é contaminada com o vírus, o que pode causar microcefalia no bebê.
Os sintomas da Zika são semelhantes aos da Dengue, porém, o Zika vírus é mais fraco por isso, os sintomas são mais leves e desaparecem entre 4 a 7 dias, porém é importante ir ao médico para confirmar se realmente se está com a doença. Inicialmente, os sintomas podem ser confundidos com uma simples gripe.