Ao longo de 2020, 1.117.526 imóveis de Cuiabá foram visitados pelos agentes de combate às endemias (ACE’s), que além de vistoriar as casas e quintais a cada 45 dias, também orientam sobre os procedimentos orientações sobre os procedimentos para impedir a proliferação do mosquito Aedes aegypti. No ano passado, também foram realizadas 7.293 vistorias em pontos estratégicos, que se caracterizam pelo grande acúmulo de criadouros da larva do mosquito (oficinas mecânicas, cemitérios, etc).
Com relação ao número de casos das doenças, em 2020, houve 947 notificações de dengue, 37 de Chikungunya e 14 investigações sobre a zika, conforme a Vigilância Epidemiológica. No mesmo período, houve 4 casos de notificações de grávidas com zika, na Capital.
Ainda em 2020, foram realizados dois levantamentos de índice rápido para o Aedes aegypti, que consiste em realizar a enumeração dos imóveis e obter de maneira rápida e oportuna os índices de infestação predial para o mosquito, proporcionando uma avaliação satisfatória da densidade vetorial (mosquito).
A coordenadora de zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Alessandra da Costa Carvalho, explica que essa pesquisa fornece os parâmetros para a indicação de risco de transmissão da dengue, da chikungunya e da zika. Segundo ela, em janeiro de 2020, este levantamento apontou alto risco de transmissão de agravos pelo vetor, com o índice de infestação predial de 7,4%, sendo o depósito predominante nos domicílios as caixas d’água ao nível do solo com 60,7%. Em setembro de 2020, foi realizado o segundo levantamento, que indicou médio risco, com 3,2%, o mesmo tipo de depósito continuou a prevalecer com 90%.
De acordo com Alessandra Carvalho, desde o início da pandemia de Covid-19, as atividades de controle do vetor das doenças vêm sendo mantidas. “Os 253 agentes de combate às endemias foram capacitados sobre os procedimentos com relação ao enfrentamento da Covid-19 durante as visitas domiciliares, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde”, explica.
Dentre as medidas de prevenção no trabalho dos agentes de endemias estão: vistoriar apenas o quintal, manter o distanciamento de 1,5m do morador, além da higienização das mãos, seja com lavagem frequente ou utilização de álcool 70%. Todos os servidores receberam kits de proteção individual, composto de máscaras N95, álcool 70%, óculos em acrílico e protetor facial.
Alessandra Carvalho destaca que além da atuação da Coordenação de Zoonoses, é preciso que toda população esteja engajada no combate à dengue, à zika e à chikungunya. Ela explica que como o tempo que o Aedes aegypti leva para virar de ovo a mosquito adulto é de uma semana, essa deve ser a periodicidade com que a população deve fazer a limpeza de seus quintais, eliminando possíveis criadouros, lavando e vedando os reservatórios de água, limpando vasos de plantas e bebedouros de animais, jogando fora entulhos que possam acumular água parada.
“Dez minutinhos são suficientes para vistoriar o quintal de casa e remover os criadouros, Tirando dez minutos por semana para tomar esses cuidados, a pessoa estará se prevenindo dessas três doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti, principalmente nesse período chuvoso, porque os criadouros que estavam secos se enchem de água e o ovo do mosquito precisa de água para eclodir”, explica Carvalho, que acrescenta que o perigo de contrair as doenças existe o ano inteiro, pois o ovo do mosquito Aedes aegypti resiste até um ano sem contato com a água.