Nesta quinta-feira (25) foi celebrado nacionalmente o Dia do Orgulho LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros). A data, que celebra a diversidade de gênero e sexualidade, é também uma forma de registrar a resistência e garantir “que essa geração e as próximas possam viver seus afetos e existir como se é com dignidade” conforme explica Ana Carolina Silva Oliveira, vice-presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual (CMADS).
“Mesmo diante de um cenário de censura, de violência, é importante dizer que nós também existimos para além disso” explica Ana ao apontar que são professores, artistas, psicólogos, donas de casa e muitas outras coisas e que contribuem para a construção do país tanto quanto qualquer um.
A vice-presidente aponta que a data de hoje é simbólica, e que houve avanço em muitas esferas, mas há uma sensação de retrocesso em muitas outras, uma vez que muitas demandas de hoje ainda são as mesmas de ontem. “É difícil romper com uma lógica que quer expurgar a todo momento todes aqueles que não correspondem com as expectativas hegemônicas. Nesse cenário obscuro, não há o que se comemorar. A luta mais do que nunca é pela sobrevivência. De todo modo, cada tentativa de mudança, é uma fagulha pra que possamos esperançar futuros possíveis”, acrescenta.
Entre janeiro e agosto de 2020, os crimes contra LGBTs haviam aumentado 108% em relação ao ano de 2019, de acordo com dados do Grupo Estadual de Combate aos Crimes de Homofobia (GECCH) divulgados pela Secretaria de Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT).
Diante disso, Ana aponta que o cenário de hoje é algo “nunca visto antes depois da redemocratização”, ao destacar que o atual governo federal tem um discurso que legitima atos extremos de violência, mas que a pandemia também acentuou da violência dentro de casa. “E se perdem a vida pra Covid, são desrespeitados até mesmo depois da morte quando não têm suas identidades e nomes considerados em seu sepultamento”, explica.
Ana explica que o CMADS trabalha no sentido de propor ações conjuntas com as secretarias municipais, visando melhorias na qualidade de vida da comunidade LGBT+ em Cuiabá, e que é um espaço aberto para qualquer um que precise recorrer ao conselho.