Mato Grosso vive seu pior momento da pandemia. A previsão é que os próximos 60 dias sejam críticos, diante do constante crescimento no número de casos e óbitos por covid-19. O cenário foi debatido em uma série de reuniões entre representantes do setor produtivo e dos Poderes Executivo e Legislativo, ocorridas neste final de semana.
Na manhã desta segunda-feira (22), a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) admitiu, por meio de nota, que a probabilidade de “lockdown é muito grande”. Isso porque o sistema de saúde já não consegue mais atender à crescente demanda e há risco de desabastecimento de oxigênio e medicamentos básicos para as UTIs.
“O real cenário que estamos enfrentando: Faltam vagas em hospitais, tanto na rede pública quanto privada. Corremos risco de desabastecimento de oxigênio, medicamentos e insumos hospitalares. Temos hoje 160 pessoas aguardando UTI, mas não há leitos disponíveis. Neste momento, não importa o sobrenome ou a conta bancária: se alguém precisar de hospital, tem chances mínimas de conseguir”, alertou Gustavo Oliveira, presidente da Fiemt.
A decretação de um novo lockdown é temido por todas as atividades econômica de Mato Grosso. Assim como em todo país, as empresas do estado ainda contabilizam os prejuízos causados pelo fechamento do ano passado.
Para evitar novas perdas econômicas, representantes das entidades firmaram um compromisso junto aos poderes Executivo e Legislativo, para se prepararem para adotar saídas alternativas de sobrevivência ao pior momento sem nova suspensão das atividades.
“Nosso índice de isolamento social oscila entre 36 e 40% – e precisamos chegar a um mínimo de 55%, até que a pressão sobre os hospitais diminua. Isso não significa fechamento geral, mas sim a restrição de algumas atividades e, sobretudo, convencer as pessoas a buscar a própria segurança, mantendo o distanciamento, evitando aglomerações e deslocamentos desnecessários”, explicou Gustavo.
Em nota enviada à imprensa, Gustavo reforçou que, “teremos 60 dias muito críticos, com a perda de muitas vidas. Perante esse cenário, é fácil concluir que a probabilidade de lockdown é muito grande. Para evitarmos isso, só existe uma via: manter o diálogo aberto e negociar, contribuindo com estratégias e ações”.
Durante as reuniões, as entidades também tiveram o compromisso do governo do Estado de que não serão decretados feriados antes da próxima sexta-feira (26). A antecipação de feriados é uma das medidas previstas pelo Executivo estadual e já adotada em outros estados do país, como São Paulo.
