Há um grave descompasso entre oferta e demanda quando o assunto é imunização contra a covid-19, o que tem forçado muita gente a rever seus planos e sonhos de vida. Principalmente os jovens, com idades entre 15 e 29 anos, que ainda não têm previsão de quando serão vacinados. Uma pesquisa realizada pelo observatório da educação do ensino superior, divulgada nesta terça-feira, 29 de junho, fez uma análise sobre os desafios da educação na pandemia e constatou que, no ritmo em que anda a vacinação, muitos jovens só devem iniciar a vida acadêmica em 2022.
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O relatório aponta que 43% das pessoas entrevistadas para a pesquisa disseram que pretendem se matricular apenas no próximo ano. Em março de 2021, esse percentual era de 28%. Foram ouvidas 1.212 pessoas, de 17 a 50 anos, entre janeiro e junho deste ano. Segundo a pesquisa, a decisão de adiar a graduação está relacionada ao contexto econômico e à crise social que a pandemia do novo coronavírus causou.
Em Cuiabá, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) anunciou na tarde de segunda-feira (28) a abertura do cadastro para adultos de 18 a 49 anos. O novo grupo será imunizado com doses das pessoas que agendaram e não compareceram aos polos de vacinação. O cidadão faltoso irá para o final da fila.
“Em razão da abstenção muito grande, a quase 50% nesse fim de semana, no quadro de comorbidades, a partir desta terça (29), eu já orientei, que se abram quatro grupos para aplicação das vacinas não utilizadas. Simultaneamente vamos abrir quatro públicos, que vão beneficiar homens e mulheres de 18 a 49 anos sem comorbidade”, enfatizou Emanuel Pinheiro.
A promotora de vendas Fabiany Arias, 39 anos, pretende voltar a estudar no próximo ano. Ela conta que não sente tanta segurança na vacina como único meio de prevenção, mas entende que a imunização é essencial para ingresso na faculdade.“Peguei covid-19 três vezes e acredito que não era a minha hora [de entrar na faculdade]. Tudo tem sua hora. Voltarei para a faculdade pelo fato de ter parado ano passado e voltarei para concluir o curso”, disse Fabiany, em entrevista ao Estadão Mato Grosso.
Já Maria Alice Almeida, de 18 anos, vê o ingresso na faculdade como o início de uma nova vida, principalmente se tiver imunizada. “Pra mim vai ser um alivio poder ingressar na faculdade e estar vacinada, mesmo sabendo que ela não é o único meio de prevenção contra a covid-19. Mas, pelo menos, não pegarei a forma mais grave da doença e, com isso, poderei estudar e futuramente exercer a profissão que escolhi”, disse.
Valéria de Oliveira, coordenadora da campanha de vacinação, explica que o agendamento será realizado à medida que sobrarem as doses de quem faltar na data que estava agendado e de acordo com o percentual de pessoas de cada grupo. “Temos cerca de 256 mil pessoas entre 18 e 49 anos. Dividimos em grupos de 45 a 49, 40 a 44, 35 a 39, 30 a 34, 25 a 29, 20 a 24 e 18 a 19 anos. Cada grupo desse corresponde a um percentual da população e vamos agendar levando-se em conta esse percentual”, comentou.
Por exemplo, considerando que um dia faltem 2 mil pessoas, após 48 horas essas vagas serão disponibilizadas. O grupo de 18 a 19 anos corresponde a 5,6% da população de Cuiabá, então 5,6% das 2 mil doses será destinada a esse público. Depois que acabar os grupos prioritários, que estão no Plano Nacional de Imunização, as doses serão todas destinadas aos grupos por faixas etárias.
CADASTRO - Para se cadastrar, é necessário entrar no site vacina.cuiaba.mt.gov.br e preencher todos os campos obrigatórios. Deste modo, a pessoa entrará em uma fila de espera virtual. Quando ela for agendada, o sistema do site enviará uma mensagem de WhatsApp automática e/ou um e-mail para a pessoa informando que ela já está confirmada para ir tomar sua vacina. No dia da vacinação, a pessoa deve levar o QR Code do agendamento impresso, um documento com foto e o comprovante de endereço de Cuiabá. A pessoa também deve estar com o cartão do SUS atualizado.
No caso de vacinação pela categoria profissional, também é preciso apresentar declaração de vínculo funcional. Já no caso das pessoas que se cadastraram pelos grupos de comorbidades ou deficiência permanente grave, além de gestantes, puérperas e lactantes, é preciso apresentar o laudo médico.
