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Cidades Sábado, 05 de Dezembro de 2020, 11:27 - A | A

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1º SEMESTRE

MT registra 277 novos casos de HIV

Priscilla Silva

O mês de dezembro é dedicado à luta contra a Aids. Em ano de pandemia, a campanha Dezembro Vermelho convoca para a reflexão sobre os impactos da crise sanitária nas pessoas que convivem com HIV/AIDS. Parte dos prejuízos causados no controle da doença está na estrutura de cuidado e prevenção, como as testagens e a continuidade dos tratamentos.

Até 30 de junho deste ano, 277 casos de HIV foram notificados em Mato Grosso. Ao longo de 2019, 181 pessoas morreram por complicações causadas pela Aids e 934 casos foram notificados, sendo esse último a maior registrado desde 2007.

A campanha deste mês tem o propósito de despertar a necessidade da prevenção, promover o entendimento sobre a doença e incentivar a análise sobre a aids pela sociedade e governos de todo o mundo.

No Brasil, 920 mil pessoas convivem com HIV, de acordo com dados do Ministério da Saúde, publicados no dia 1º deste mês. Desse total, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmite o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.

Um levantamento preliminar sobre o impacto da epidemia de Covid-19 nos serviços especializados de HIV/Aids apontou que 25% dos gestores e 30% dos profissionais de saúde relataram redução na oferta de testagem nos serviços de referência.

Além disso, 32% de gestores e trabalhadores em saúde alertam para a redução de testagem nas Unidades de Saúde. A pesquisa contou com a participação de várias entidades, dentre elas Articulação Nacional de Luta contra a Aids (Anaids).

“A todo momento precisamos afirmar que, para além da nossa atual pandemia de Covid-19, estamos caminhando para a quarta década de uma epidemia que precisa de mais ações enérgicas do Estado, da responsabilidade dos governantes em cumprir as metas e também as verbas pactuadas com estados e municípios para enfrentamento das ISTs/Aids em todo o país”, destacou Moysés Toniolo, conselheiro nacional de Saúde pela Anaids.

A rotina de cuidados e detecção de possíveis casos entre profissionais da saúde também teve prejuízos. A pesquisa também apontou que 56% dos gestores e 57% dos profissionais de saúde não mantiveram a rotina de consultas. Já com relação aos usuários do serviço de saúde em tratamento, 64% afirmam que a rotina de consultas não está mantida e 60% informam que já tiveram algum cancelamento ou dificuldade em agendamento das consultas regulares.

“Precisamos fortalecer as reivindicações na garantia de políticas de Aids no Brasil, que já foi referência mundial e hoje vem sofrendo retrocessos e ataques todos os dias. As pessoas que vivem com HIV/Aids já foram chamadas de ‘despesa’ pelo governo atual. Isso é vergonhoso para a sociedade brasileira”, alerta Evalcilene Santos, a conselheira nacional de Saúde pelo Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP).

Os dados desse levantamento foram coletados nas cinco macrorregiões brasileiras entre junho e agosto de 2020. Eles refletem as percepções de três segmentos: gestores, profissionais de saúde e usuários dos serviços de saúde em tratamento para ambos os agravos. O levantamento completo deve ser divulgado em breve. (Com informações do Conselho Nacional de Saúde)

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