O tempo nublado que estampou o céu mato-grossense deste sábado também reflete a cor cinza que se apossou de nossas almas. Não há mais para onde olharmos sem sentir tristeza. Por todos os cantos, pessoas lamentam a morte de amigos e familiares. As redes sociais foram tomadas por imagens de luto, os cemitérios estão mais lotados que igrejas, hospitais fecham suas portas por não ter capacidade de atendimento. E, enquanto profissionais da saúde se traumatizam assistindo a vida se esvair de suas mãos sem nada poder fazer, a Administração Pública continua a se fazer de mouca para a tragédia que nos assola. O barco está à deriva e os remos nos escapam às mãos.
O estado de Mato Grosso registrou 71 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) deste sábado, 20 de março, também aponta que 1.633 novos casos da doença foram confirmados em terras pantaneiras. Com a atualização, o estado chega à marca de 6.767 mortes e 286.065 casos confirmados da doença.
O documento também atualiza as ocupações em UTI (Unidades de Terapia Intensiva). São 838 pessoas em estado grave por causa da doença. Destas, 487 estão internadas em leitos pactuados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que já apresenta uma ocupação de 91,65%. Mato Grosso possui apenas 51 leitos disponíveis. Das 21 unidades hospitalares, 12 já atingiram a capacidade máxima e não possuem mais leitos de UTI.
A situação dos leitos de enfermaria é um pouco melhor, mas também requer atenção da Administração Pública. São 1.347 pacientes internados em leitos de enfermaria. Desses, 551 estão em leitos pactuados pelo SUS. Ao todo, o sistema possui 881 leitos pactuados, o que resulta numa ocupação de 66%.
Ao todo, são 2.259 pessoas internadas por complicações da doença em Mato Grosso, entre enfermaria e UTI. O documento também aponta que 15.277 pessoas apresentam sintomas leves e cumprem isolamento domiciliar. Oficialmente, Mato Grosso possui 17.536 pessoas com a doença ativa.
O boletim epidemiológico também aponta que 261.918 pessoas já estão curadas da doença.