Mais de 300 operários contratados pelo Consórcio Construtor BRT paralisaram os trabalhos na obra de implantação do BRT em Cuiabá e Varzea Grande nesta sexta-feira, 06 de setembro. Eles cobram melhorias nas condições de trabalho e denunciaram que, além de salários atrasados, recebem só "comida cozida". Por isso, eles pedem aumento salarial e melhoria na refeição servida aos trabalhadores.
Um dos trabalhadores revelou, em entrevista ao Jornal do Meio Dia, da TV Vila Real, que esta é a segunda vez que eles precisam paralisar a obra para receber sálario e benefícios.
"Desde o mês passado está tendo esse problema na empresa. No mês passado, pagaram no dia 9 porque fizemos uma paralisação. O certo é pagar no 5º dia últil. Paramos às 10h e voltaram a fazer o pagamento. Voltamos após 12h, naquele momento quando pagaram. Hoje é dia 6 e falaram novamente que vão pagar dia 9. Temos famílias esperando por nós, nossas contas para pagar e boletos esperando por nós. Temos multas e boletos para pagar e eles vão nos pagar as multas? A gente pede reajuste salarial e eles têm 3 meses para pagar e nunca teve reajuste salarial", criticou.
O trabalhador criticou também reclamou da qualidade da comida servida pela empresa, que não seria suficiente para dar energia aos operários que trabalham 'de sol a sol'.
"Peço até perdão a Deus por reclamar de comida, mas é muito ruim! Vem um feijão que parece uma papa, sei lá o que eles fazem, e a carne vem quase crua, pedaço contado de frango. Não dá para quem trabalha o dia todo no sol quente, ralando como nós ralamos, fazendo cem metros de concreto por dia. É [trabalho] pesado", desabafou.
Por meio de nota, a empresa prometeu efetuar o pagamento do salário ainda nesta sexta-feira, 6, e afirmou que não há atraso salarial. O consórcio também alega que todas as refeições são compradas em "restaurantes de ótima qualidade".
"Todas as obrigações da empresa estão sendo cumpridas pontualmente e que as refeições da equipe estão sendo fornecidas em restaurantes de ótima qualidade", diz trecho da nota.