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Cidades Quarta-feira, 29 de Novembro de 2023, 14:44 - A | A

Quarta-feira, 29 de Novembro de 2023, 14h:44 - A | A

FALTA DE CHUVAS

Principal rio de Poconé seca e população sofre com falta de água

Da Redação

A falta de chuvas em Mato Grosso causou a seca de lagos e tanques em Poconé (103 km de Cuiabá), incluindo as nascentes do Jurumirim e os córregos afluentes do Rio Bento Gomes, que fornecem a água necessária para os mais de 31 mil habitantes do município. As imagens do Rio Bento Gomes mostram uma desolação indescritível. No local onde antes corria um rio caudaloso, agora resta apenas areia e pedra, com tufos de grama já crescendo sobre o antigo leito do rio.

Essa não é a primeira vez que o Bento Gomes seca e deixa a população de Poconé em apuros. Secas semelhantes já ocorreram em 2007 e em 2012. Porém, o rio passou a secar praticamente todos os anos a partir de 2017, durante o período de estiagem.

 

No site da Prefeitura, um comunicado pede aos moradores que registrem, por meio da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento do Estado de Mato Grosso (ARIS-MT), problemas relacionados à falta de abastecimento de água em suas residências. Eles afirmam estar cientes dos recentes problemas e reconhecem a importância desse recurso essencial, comprometendo-se a resolver a questão de forma eficaz. No entanto, o comunicado não detalha os esforços em andamento para atender à população.

A situação gerou preocupação ao vereador por Poconé, Fábio Oliveira (União), e ao deputado estadual Wilson Santos (PSD), que têm acompanhado a situação da seca na região.

Wilson afirma que os habitantes estão consumindo água retirada de uma cava abandonada por garimpeiros. O problema foi constatado durante uma visita ao município.

“O rio secou e a ‘Águas de Poconé’ decidiu captar a água de uma antiga cava de garimpagem, o que é perigoso. Suspeito que o produto possa estar contaminado por metais pesados, como chumbo e mercúrio, usados na extração de ouro”, explicou.

Wilson esteve na sede da empresa, onde uma funcionária assegurou que a água é limpa, e tratada com cloro e flúor. Ela afirmou que a qualidade da água é testada a cada hora, mas não pôde fornecer mais informações por falta de autorização da empresa.

“A seca do rio é provocada por ações climáticas, agressões à natureza e falta de preservação e manutenção do rio pelo poder público. Vamos investigar o que está acontecendo, levar o caso às autoridades competentes, como a Secretaria de Estado de Meio Ambiente, para que verifiquem o problema e tomem providências para evitar riscos à população. Estive com o prefeito Tatá Amaral, que disse não ter interesse em renovar a concessão com a empresa por mais 15 anos”, declarou.

Na última semana, Fábio solicitou às autoridades ambientais a análise do leito e das nascentes dos córregos de Poconé. O documento foi encaminhado à Secretaria Municipal de Meio Ambiente, à Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e à Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa Ambiental.

De acordo com o vereador, o volume das águas do Rio Bento Gomes vem diminuindo a cada ano. Além disso, verifica-se que lagos, tanques e outros córregos afluentes estão secos e sujos, com risco de perdas ambientais, turísticas, sociais e econômicas em Poconé. Com isso, o parlamentar pede que a Prefeitura decrete estado de calamidade pública e que o Ministério Público tome as providências necessárias diante do desastre ambiental.

 
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