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Cidades Quarta-feira, 24 de Março de 2021, 15:44 - A | A

Quarta-feira, 24 de Março de 2021, 15h:44 - A | A

SITUAÇÃO CRÍTICA

Sem oxigênio e vaga em UTI, diretora de hospital em MT pede socorro

G1

Sem vaga em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) para pacientes com covid-19 e já tendo registro de falta de oxigênio, a diretora do Hospital Evangélico de Vila Bela da Santíssima Trindade, a mais de 500 km de Cuiabá, pediu ajuda para resolver o problema na unidade de saúde.

Vila Bela da Santíssima Trindade tem 16 mil habitantes. Segundo o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT), mais de 2,1 mil moradores foram infectados pela covid-19 desde o começo da pandemia e 41 perderam a vida.

O G1 pediu um posicionamento da SES-MT, mas ainda não teve retorno.

De acordo com Maria Auxiliadora Dorileo Rosa, diretora administrativa e financeira do hospital, um paciente com covid-19 está em estado grave e ela não conseguiu vaga em UTI para ele até o momento.

Normalmente a cidade transfere pacientes para Pontes e Lacerda, Cáceres ou Cuiabá, mas não está encontrando vaga em nenhum desses locais.

“Quando nós conseguimos vaga de UTI e colocamos pacientes na estrada, nossas ambulâncias fazem seis a sete horas de viagem. São pacientes que estão lutando pela vida”, declarou.

“Não conseguimos leitos de UTI e nem oxigênio. Vila Bela Precisa de ajuda. Ninguém tem culpa, mas precisamos de ajuda. Precisamos fazer algo por esses pacientes”, implorou.

O hospital é o único que atende pelo SUS na cidade, de acordo com a diretora. A unidade tem pronto atendimento 24 horas para urgência e emergência. De 10 pessoas que vão até a unidade, nove são diagnosticadas com covid-19, conforme informações da diretora.

Ainda conforme a diretora, já não há oxigênio suficiente para os pacientes internados. A empresa que fornece ao hospital alegou que não tem o produto disponível.

Caos na saúde do estado
A fila de espera por leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso mais que dobrou em uma semana. Na última segunda-feira (15), 91 pacientes aguardavam vaga e, nesta terça-feira (22), um total de 187, de acordo com a SES.

Desde o dia 8 de março, não tem leitos de UTI disponíveis no estado. Após a lotação máxima, o número de pacientes aguardando a liberação de leito só aumenta.

O colapso de saúde se estende aos hospitais particulares. Em Cuiabá, alguns hospitais fecharam as portas do pronto-atendimento, devido à superlotação de pacientes com covid-19.

Unidades públicas também suspenderam as internações por falta de vagas. As policlínicas dos bairros Verdão, Coxipó, Pedra 90 e do Planalto, e as UPAs dos bairros Morada do Ouro e Pascoal Ramos não conseguem mais receber pacientes.

Para frear o avanço da nova onda de covid-19, o governo estadual prorrogou o decreto publicado na terça-feira (16) que toma medidas como toque de recolher e fechamento do comércio depois das 19h. As medidas continuam a valer até o dia 4 de abril.

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