Para a cadeia da pecuária, o ano que se encerra nesta quinta-feira (31) ficou marcado pela incerteza causada pela pandemia, que deve perdurar no próximo ciclo. A arroba do boi gordo à vista superou o patamar de R$ 250, encareceu a alimentação para as famílias e, para o próximo ano, não deverá ter redução significativa.
Embora a cadeia da pecuária reconheça que perdeu sua capacidade de projetar o futuro do mercado, uma expectativa é certa: o preço da arroba do boi não deverá voltar aos valores abaixo de R$ 200. Aliás, a tendência é que o preço da carne volte a subir em meados de 2021.
“Não deve e não tem como voltar a menos de R$ 200. Existe uma nova realidade internacional e nós temos que nos inserir nela. A arroba do boi precisa competir com a renda da produção de grãos e isto remete a valores mais altos. Nós brasileiros vamos aprender a diversificar proteínas e nosso boi será mais valorizado”, afirma Paulo Bellicanta, presidente do Sindifrigo.
A maior alta nos custos de produção foi para o recriador. Segundo o Imea, o aumento nos custos foi de cerca de 19,26% na comparação com 2019. A principal influência vem da valorização dos animais de reposição e dos insumos para alimentação animal, ou seja, soja e milho, que também sofreram altas abruptas.
“O ano de 2020 foi de incertezas, invertendo todas tendências normais que se baseavam em experiências anteriores. O ano de 2021 começa colocando incertezas ainda maiores sobre a maneira de se programar para o futuro. O fato é que não existe apenas um ou dois fatores para influenciarem o futuro. O mundo está mudando”, avalia o presidente do Sindifrigo.