As ofertas de trabalhos “dentro das porteiras” do agronegócio ajudaram a minimizar impactos do desemprego no setor. A necessidade de mão de obra nos campos gerou, no primeiro trimestre de 2021, 330.026 oportunidades a mais que o mesmo período do ano passado. Atividades como horticultura, cereais, soja e outras lavouras foram destaques na construção desse cenário.
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A contribuição da agricultura na geração de empregos nesta pandemia tem se concentrado nas atividades primárias, ou seja, trabalhadores que atuam diretamente no plantio, na colheita, no manejo, na operação e manutenção de maquinários. A maioria desses trabalhadores tem grau médio de escolaridade.
Essa mão de obra é essencial para a produção agrícola de Mato Grosso, que foi o quarto estado que mais gerou vagas de emprego no agronegócio durante o primeiro trimestre deste ano, com 4.679. Isso fez o setor fechar o mês de março com um total de 335.827 trabalhadores.
Parte dessa mão de obra estava concentrada na cultura da soja, que, na última temporada, registrou a maior produção da série histórica no estado, conforme dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). O total da produção foi consolidado em 36,05 milhões de toneladas, um aumento de 1,83% em relação à temporada anterior.
“Essa geração de empregos no campo, por sua vez, contribuiu para que o cenário do mercado de trabalho do agronegócio como um todo fosse, em média, mais favorável que o dos demais setores no país”, avaliam autores do Boletim Mercado de Trabalho do Agronegócio Brasileiro, elaborado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Para mensurar o número da população ocupada no agronegócio, os analistas do Cepea somaram resultados de quatro segmentos de trabalho: insumos para a agropecuária, produção agropecuária básica, ou primária, agroindústria (processamento) e agrosserviços.
“Dentre os quatro segmentos o primário foi o único a apresentar aumento na geração de empregos na comparação entre o primeiro trimestre de 2021 e o mesmo período de 2020, de 4,1%”, concluem.
A contribuição dada dentro da porteira não foi suficiente para impedir, neste ano, uma queda de 3,1% no número total de pessoas empregadas no agronegócio, na comparação com 2020. Conforme a pesquisa, o agronegócio somou 17,42 milhões de trabalhadores no primeiro trimestre de 2021, 551 mil pessoas a menos que o mesmo período do ano passado.
Os pesquisadores explicam que essa diminuição é atribuída, em parte, ao reflexo da intensa redução dos empregos observada entre abril e junho de 2020, os chamados ‘espólios da pandemia’. “Entre os primeiros trimestres de 2021 e de 2020, destacam-se as reduções observadas na agroindústria e nos agrosserviços, de aproximadamente 9% em cada segmento”.
As três atividades agropecuárias que mais contribuíram para o bom resultado do trimestre representam 54,7% do total de vagas do setor. entre elas estão os cultivos de soja (12.656) e de frutas de lavoura permanente - exceto laranja e uva (10.722) e a criação de bovinos (9.782).
EXPANSÃO DO AGRO
O número de ocupados no Brasil registrou intensa queda no primeiro trimestre de 2021, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O impacto foi de 7,1%, o equivalente a 6,57 milhões de pessoas.
Diante desses resultados negativos, as oportunidades criadas pelo agro fizeram com que o setor conseguisse aumentar sua contribuição à economia nacional. A participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro aumentou para 20,33%, contra 19,48% de janeiro a março de 2020.
Em números absolutos, foram 17,4 milhões de pessoas empregadas em atividades relacionadas ao agronegócio. No Brasil, o número total de pessoas ocupadas soma 85,65 milhões.