O aumento do gasto com alimentação é apenas a ponta do iceberg da inflação registrada em maio. Quando se fala em reflexo desse índice econômico na vida do cidadão comum, é o impacto da inflação nos alimentos que fica mais visível. Um exemplo é o custo da cesta básica em Cuiabá, medido pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em maio, o preço da cesta básica chegou a R$ 605,44.
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A análise dos dados mostra que o custo para os cuiabanos, foi o segundo maior da série histórica da pesquisa, desde 2012. O valor perdeu apenas para o registrado em janeiro deste ano, quando chegou a R$ 611,30. O percentual de aumento comparado com o mesmo período do ano passado chegou a superar os 12%.
Em maio de 2020, a cesta era cotada em R$ 540,10, tendo como vilões os preços da carne, batata e óleo. Já a alta nos preços dos itens básicos de alimentação foi puxada neste ano por aumentos nos preços do óleo (3%) e da carne (2,03%). Substituindo a batata, aparece o tomate (2,55%). Juntos, esses itens pressionaram a alta de 1% em maio, ante o abril.
REFLEXO DA INFLAÇÃO - O grupo de alimentação e bebidas, que já havia tido alta de 0,40% em abril, registrou inflação de 0,44% em maio. Apesar das quedas registradas nos preços das frutas (-8,39%), da cebola (-7,22%) e do arroz (-1,14%) – que contribuíram para redução do custo com alimentação no domicílio desaceleraram (0,23%) frente a abril – as carnes (2,24%) continuam a subir e acumulam aumento de 38% nos últimos 12 meses.
Para Pedro Kislanov, o gerente da pesquisa IPCA de maio, o aumento das carnes é um dos fatores que explicam o por que comer fora de casa ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio teve alta de 0,98% em maio e, no mês anterior, havia subido 0,23%. As altas do lanche (2,10%) e da refeição (0,63%) contribuíram para o aumento. Em abril, os dois itens tiveram queda em seus preços.
“Um dos motivos que podem explicar esse comportamento na alimentação fora de casa é o aumento de custos, devido à alta nos preços das proteínas. Normalmente quando se faz uma refeição fora de casa, há mais o consumo de componentes como o pão, a carne e o arroz, por exemplo, do que das frutas. Outro aspecto é o possível aumento de demanda. Abril foi um mês em que houve intensificação das medidas restritivas. Já maio, por ter tido uma abertura maior, pode ter influenciado o aumento da demanda”, diz Kislanov.