Mato Grosso segue como destaque no mercado de trabalho brasileiro, com a segunda menor taxa de desemprego do país. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo IBGE, revelam que o estado alcançou uma taxa de desocupação de 2,3% no terceiro trimestre de 2024. Este é o menor índice da série histórica estadual e o segundo menor do Brasil, atrás apenas de Rondônia (2,1%).
Ao todo, 1,9 milhão de trabalhadores estão na ativa em Mato Grosso, enquanto apenas 45 mil pessoas buscam emprego. Com esse desempenho, o estado mantém um cenário de pleno emprego e já vê sobrar vagas de trabalho em algumas regiões.
O Nortão de Mato Grosso, que inclui municípios como Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde e Alta Floresta, apresentou a menor taxa de desemprego de Mato Grosso, com apenas 1,4% de desocupação. Em seguida, estão as regiões Leste (1,8%) e Sudoeste (2,6%).
O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Silvio Rangel, aponta que o estado tem atraído investimentos de grande porte no setor industrial, o que contribui para o aumento do emprego, especialmente na região Norte.
“O Nortão mato-grossense mantém em ritmo acelerado, atraindo grandes indústrias que estão buscando estratégias para atrair trabalhadores, como a indústria Icofort Agroindustrial, que irá inaugurar na cidade de Nova Mutum a maior planta industrial de óleo de algodão do país”, destacou.
INFORMALIDADE
Embora o estado registre índices expressivos de emprego formal – com 78,1% dos trabalhadores do setor privado com carteira assinada –, a informalidade ainda atinge 35,3% da população ocupada, totalizando 683 mil pessoas.
O impacto da informalidade é maior entre mulheres (34,1%) e pessoas com menor nível de escolaridade, como aquelas com ensino fundamental incompleto, que registram 55,5% de informalidade.
O setor privado lidera as contratações, seguido por 23,7% da população ocupada trabalhando como autônomos.
DESAFIOS E OPORTUNIDADES
Entre os trabalhadores fora do mercado de trabalho, as mulheres representam 68% do total, com as principais razões sendo afazeres domésticos (27,98%) e limitações de idade ou saúde (23,12%).
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, atribui o desempenho positivo às políticas públicas eficientes e ao dinamismo da economia estadual.
“Com novos investimentos em infraestrutura, agroindústria e tecnologia previstos para o próximo ano, Mato Grosso reafirma seu protagonismo, unindo crescimento econômico à geração de empregos de qualidade”, afirmou.
DESEMPREGO E SUBUTILIZAÇÃO
Mato Grosso também se destacou no índice de subutilização da força de trabalho, que inclui desocupados, subocupados e pessoas em situação de desalento. O estado apresentou uma taxa de 7,6%, a terceira menor do Brasil, enquanto a média nacional ficou em 15,7%.
Além disso, o percentual de pessoas que desistiram de procurar emprego é um dos menores do país, com apenas 1% de desalentados – em contraste com estados como Alagoas e Maranhão, que registram índices acima de 9%.