O boletim do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que houve uma redução semanal de 0,73% no consumo da pluma de algodão, como resultado da redução do crescimento da China, principal destino do algodão mato-grossense.
Apesar de redução de consumo, redução de preços e quebra de safra, o economista Vitor Galesso aponta que pode haver uma oportunidade. Vitor explica que a redução ainda é um reflexo da pandemia, já que houve a redução de consumo de alguns produtos têxteis, além da chegada de novas tecnologias para produção de fios e tecidos.
Galesso ainda acredita que, apesar da quebra de safra em alguns lugares, isso não deve desestimular a produção, pois a cultura do algodão é extremamente delicada, exigindo mais aplicação de fertilizantes e por ser mais suscetível às intempéries climáticas. Portanto, os produtores, apesar de algumas frustações, já são acostumados com esses movimentos.
“Eu penso que é um momento ruim, mas a gente não deve pensar dessa forma no médio e no longo prazo. Creio que haja nos anos subsequentes uma recuperação. Agora, faz sempre parte do processo essa flutuação. Nós não vamos ter aí, digamos assim, ‘vida mansa e céu de brigadeiro’ sempre. Então, tem que entender que alguns anos vai ter dificuldades”, afirma.
Mesmo se ocorrer uma redução do consumo de algodão no futuro, o que ainda não é possível afirmar com certeza, Vitor pontua que essa é uma oportunidade para que Mato Grosso trabalhe para atrair investimentos industriais, que possam transformar a matéria-prima em produto final, como o óleo de algodão e tecidos, gerando emprego e impostos para o estado.
“Ao invés de ficar pensando exclusivamente no consumo global do produto, que é extremamente importante, mas não é tudo, podiam buscar do governo do Estado a atração de incentivos para a industrialização e ampliações de cadeias do algodão aqui no estado, que ainda tem espaço para crescimento”, conclui Vitor Galesso.