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Economia Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2021, 11:03 - A | A

Quarta-feira, 27 de Janeiro de 2021, 11h:03 - A | A

SUPERANDO A CRISE

EAD ‘bomba’ durante pandemia

Priscilla Silva

A pandemia fez com que o número de desemprego saísse de 12,3 milhões no início de 2020 para mais de 14,1 milhões ao final do ano. A queda no número de oportunidades acabou contribuindo para o aumento da procura por cursos de qualificação à distância. Em apenas quatro meses de pandemia, as buscas por esses cursos registraram crescimento de 95%, aponta pesquisa feita pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES).

“Quando perguntamos sobre a intenção de compra pelo EAD, observamos grandes diferenças. Em 2017, 19% da amostra tinham o EAD como opção. Em 2020, antes da pandemia de covid-19, essa intenção de compra era de 40% (crescimento de 111% vs. 2017) e, durante a pandemia, esse número cresceu para 78%, com crescimento de 95% em apenas quatro meses. Observamos que esse comportamento se reflete para as regiões do Brasil”, aponta o estudo.

Alguns fatores contribuíram para essa mudança. Segundo a entidade, o aumento do medo do desemprego e a redução da renda da população impulsionaram os cursos de qualificação.

“O crescimento de 38% na intenção de compra pelo EAD em quatro meses foi impulsionado principalmente pela perda de renda dos alunos; 76% dessa mudança estão relacionados à redução de salário (18%), medo de perder renda (8%) ou perda de emprego (3%). Já o restante, à experiência positiva nos cursos online (5%) e à recomendação pela marca (4%)”, destaca a pesquisa.

Para uma perspectiva a curto e médio prazo, as mudanças ocasionadas na pandemia marcam a quebra de paradigma para o setor, que já prevê que a metodologia EAD deverá superar os cursos presenciais até 2023.

“O cenário de retração econômica foi o responsável pela aceleração deste fenômeno, atraindo em curtíssimo prazo um grande volume de alunos para o modelo EAD. Estima-se que até 2023 a modalidade EAD se equivalha a 64% do mercado de novas matrículas, com volume aproximado 2,56 milhões, enquanto que o presencial se estabeleça com 1,42 milhões”, estima o levantamento deito pela associação.

CURSOS RÁPIDOS - Nos primeiros meses da pandemia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) registrou mais 1 milhão de matrículas. Em Mato Grosso, as maiores procuras foram voltadas para qualificações na área da tecnologia da informação, mecânica, manutenção de equipamentos e gestão.

“A busca pelo conhecimento não foi afetada pela pandemia, nem o reconhecimento das empresas por aqueles profissionais que constantemente, mesmo na crise, priorizam investimentos no seu desenvolvimento pessoal. Para esses, o Senai esteve de portas abertas, o que permitiu treinamentos on-line e presencial (em ambiente controlado)”, ressaltou Carlos Braguini, gerente de Educação do Sesi/Senai em Mato Grosso.

De acordo com dados do Senai, desde o início da pandemia, em março, a procura por vagas abertas e gratuitas em cursos de educação a distância disparou e atingiu a marca de 1 milhão de matrículas realizadas. Dez cursos de curta duração – com carga horária de 14 horas a 20 horas – foram mais procurados.

Os 10 cursos mais procurados do Senai
1º - Segurança do Trabalho: 120.487 matrículas
2º - Finanças pessoais: 96.374 matrículas
3º - Tecnologia da Informação e Comunicação: 84.843 matrículas
4º - Noções Básicas de Mecânica Automotiva: 73.513 matrículas
5º - Desvendando a Indústria 4.0: 68.167 matrículas
6º - Fundamentos de Logística: 62.757 matrículas
7º - Lógica de Programação: 59.405 matrículas
8º - Educação ambiental: 49.859 matrículas
9º - Metrologia: 46.954 matrículas
10º - Empreendedorismo: 45.833 matrículas

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