A escassez de insumos e matérias-primas já atinge 73% das indústrias brasileiras e 72% da indústria da construção em fevereiro. Os dados da pesquisa, realizada com mais de 1.700 empresas, foram divulgados nesta sexta-feira (9) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre os setores com maiores dificuldades de atender a demanda estão empresas de construção civil, metalúrgicas, veículos automotores e indústria têxtil.
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A pesquisa aponta que a primeira onda da pandemia de covid-19, em 2020, foi um dos fatores cruciais para a falta desses insumos. As incertezas econômicas e o fechamento de todas as atividades na tentativa de frear o avanço do vírus levaram muitas empresas a cancelar a compra de matérias-primas.
Com a rápida retomada da economia no segundo semestre de 2020, os fornecedores não conseguiram acompanhar o ritmo da demanda, o que gerou impactos em todos os elos da cadeia produtiva. Além disso, a alta do dólar elevou o preço das importações e tornou as exportações mais atrativas, levando os fornecedores brasileiros a redirecionar suas vendas para o mercado internacional.
CONSTRUÇÃO - Apesar das dificuldades com aquisição de insumos e matéria-prima, a concessão de credito imobiliário com recursos de poupança (SBPE), pela Caixa Econômica Federal, cresceu 103% no primeiro trimestre de 2021, em comparação com o mesmo período de 2020. Ao todo, foram cerca de R$ 16,1 bilhões em crédito imobiliário, conforme dados divulgados pela Caixa na última quinta (8).
O contraditório bom momento da construção é relatado pela corretora Laura Hellen Almeida. Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, ela conta que não parou de trabalhar desde que o caos da pandemia se instalou e tem registrado resultados melhores a cada mês.
“Apesar de termos tido uma queda nas contratações no início do ano passado, em julho ou agosto, mais ou menos, conseguimos dar uma restabelecida. O mercado ficou mais fomentado e conseguimos, desde então, superar mês a mês as contratações de créditos, até porque os próprios bancos foram buscando meios para não deixar a peteca cair”, disse.
Principal empresa do ramo de financiamento imobiliário, a Caixa lançou quatro novas modalidades de financiamento desde o dia 1º de março deste ano, como medida para estimular o crescimento do setor. Uma delas é a linha de crédito com juros variáveis, conforme o rendimento da poupança e de acordo com o perfil de cliente.
Como resultado, a carteira de crédito habitacional da Caixa atingiu R$ 514,1 bilhões e alcançou 5,6 milhões de contratos. Com isso, a Caixa passa a concentrar 68,5% do mercado.
O banco também contratou a construção de 562 novos empreendimentos, número quase 50% maior que no primeiro trimestre do ano anterior. Ao todo, são 7,3 mil empreendimentos e 940 mil unidades em obra em todo o país.