No acumulado das dívidas negativadas no primeiro semestre deste ano, em média, 54,8% das empresas mato-grossenses conseguiram regularizar suas pendências financeiras ou renegociá-las em até 60 dias após a negativação, recuperando assim sua posição de crédito no mercado. Esses números foram divulgados recentemente pelo Indicador de Recuperação de Crédito das Empresas da Serasa Experian.
No ranking nacional, Mato Grosso divide com o Acre a quarta colocação:
1º Piauí, com 67%
2º Paraíba, com 58,5%
3º Maranhão, com 57,5%
4º Acre, com 54,8%
4º Mato Grosso, com 54,8%
De acordo com Fábio Apolinário, analista técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-MT), os dados indicam uma melhora de 2% em comparação ao ano anterior, resultado do crescimento da economia. "Neste ano, a inflação está mais baixa, e há uma tendência de queda nas taxas de juros, o que favorece as negociações. Além disso, Mato Grosso se destaca com um crescimento acima da média nacional, o que contribui para nossa posição no ranking", observou.
Mas recuperar o crédito pode ser um desafio, especialmente quando as empresas precisam lidar com clientes inadimplentes ou enfrentam dificuldades financeiras para cumprir seus compromissos com credores, parceiros e fornecedores.
Ao Estadão Mato Grosso, o especialista do Sebrae-MT ressalta que manter as dívidas em dia é fundamental para garantir a manutenção do crédito e a capacidade de realizar novos investimentos. "Dessa forma, a empresa pode continuar crescendo, investindo, comprando e expandindo de acordo com suas necessidades. Quando as empresas acumulam dívidas, perdem o crédito e começam a enfrentar problemas, ficando negativadas."
Quanto à relação entre empresa e cliente, o programa Desenrola Brasil, lançado em agosto deste ano, é apontado como um aliado fundamental e talvez um dos principais contribuintes para a recente melhoria na economia, tendo sido implementado pelo governo no mesmo ano.
"O Desenrola Brasil permite que as pessoas físicas e as famílias possam renegociar suas dívidas, o que, por sua vez, melhora a renda e permite que elas retomem os pagamentos e o consumo. Para a economia, é sempre benéfico ver o aumento do consumo das famílias. No entanto, é importante avaliar os impactos a curto e médio prazo, uma vez que renegociar dívidas a taxas elevadas, mesmo com prazos estendidos, pode resultar em custos adicionais", pondera Fábio.
