Quase 5,3 mil microempreendedores (MEI) e empresas do segmento de bares, restaurantes e eventos entraram com pedidos de crédito emergencial do programa Mais MT, lançamento há 10 dias pelo governo estadual. A liberação de empréstimos, com taxas mais acessíveis, acontece em meio ao agravamento da pandemia que já dura um ano e gera prejuízos ao setor. O número de solicitações junto ao programa é referente ao período entre 16 e 23 deste mês.
O total do aporte destinado para o programa Desenvolve Emergencial, via autarquia Desenvolve-MT, é de R$ 55 milhões. O socorro às empresas mato-grossenses é distribuído em de três linhas de crédito, que atende diferentes segmentos econômicos. Dentre as três opções de crédito, duas estão com processos de solicitações abertos; são as destinadas ao microempreendedor individual e empresas do segmento de bares, restaurantes e eventos.
A falta de dinheiro em caixa dessas empresas é grande, pois em apenas dois dias do lançamento do portal de crédito, a autarquia recebeu mais de 4 mil pedidos de ajuda, uma média de 2 mil por dia. Nos demais dias, até 23 de março, essa média caiu para cerca de 130 requisições de crédito no portal. Em todo período, a autarquia informou que 5.284 solicitações já foram feitas até às 11h do dia 23.
Alcimar Moretti, que há 20 anos trabalha com eventos no estado, reconheceu a importância da liberação de recursos para as empresas do seguimento. No entanto, a empresária reclamou da demora no processamento dos créditos e cobra medidas de controle da pandemia mais eficientes dos governos estadual e municipal.
“É lógico que abrir essa possibilidade de crédito é ótima para o nosso setor que está há um ano parado. Porém, apesar da boa vontade, a liberação tem que ser feita um pouco mais rápida. A demanda do segmento é grande, pois estamos falando de uma necessidade urgente depois de um ano na estaca zero”, cobra Alcimar Moretti, presidente do Sindicato das Empresas de Eventos e Afins de Mato Grosso (Sindieventos).
Durante os 12 meses de pandemia, e entidade estima que quase 100% das empresas passaram o período com faturamento zerado, acumularam dívidas e, as mais estruturadas, precisaram abrir mão de bens para pagas as despesas mínimas.
Programa emergencial do Estado
O governo de Mato Grosso e o Legislativo estadual destinaram cerca de R$ 55 milhões para créditos emergenciais das empresas do estado.
Segundo o programa, as linhas de crédito de capital de giro são destinadas a minimizar os impactos financeiros causados pela pandemia do coronavírus, de forma a colaborar com os empresários para que possam equilibrar o fluxo de caixa, repor estoques, pagar fornecedores, entre outros. Saiba quais são as três linhas disponíveis:
1ª Microempreendedores individuais (MEIs):
- R$15 milhões de crédito disponível;
- Empréstimos de até R$ 10 mil por tomador, com taxa de juros a 2,5% ao ano. Bônus: parcelas pagas em dia tem juros zero;
- Até 24 meses de prazo para pagamento do empréstimo, com carência de até 6 meses.
2°ª Empresas do setor de bares, restaurantes e eventos, as Microempresas - ME e Empresas de Pequeno Porte – EPP:
- R$15 milhões de crédito disponível;
- Empréstimos de até R$ 50 mil por empresa, com taxa de juros de 6% ao ano. Bônus: parcelas pagas em dia, terá os juros reduzidos para 4,80% ao ano.
-Até 42 meses de prazo para pagamento, com carência de até de 6 meses.
3ª Micro e pequenas empresas:
- R$ 25 milhões de créditos liberados;
- Empréstimo de até R$ 700 mil por tomador e até R$ 50 mil para capital de giro dissociado;
Os empreendedores poderão solicitar o financiamento utilizando o novo “Portal de Crédito”.
Medidas mais expressivas
A fim de evitar mais danos, as empresas de eventos também requerem ações mais expressivas por parte dos governos da região. Segundo Alcimar Moretti, presidente do Sindicato das Empresas de Eventos e Afins de Mato Grosso (Sindieventos), está faltando uma campanha de conscientização que fale com toda a população de forma simples.
“Como as campanhas que vemos todos os anos sobre a dengue, por exemplo. Também pedimos que sejamos isentados de pagamentos de taxas e tributos neste momento, pois no ano passado o setor já não pagou e segui não tendo como pagar neste ano, ou seja, desde 2020, todos estão inadimplentes”, aponta Alcimar.
A lista de demandas citadas pela empresária se estende a todos setores do comércio e serviços do estado. Nessa terça-feira (23), o governo estadual recebeu propostas para amenizar os impactos da pandemia sobre as atividades econômicas.
No documento, assinado pela Fecomércio-MT e outras entidades representativas do comércio, requer a proibição de venda de bebidas alcoólicas para consumo no local em bares, distribuidoras, conveniências, restaurantes e afins; a disponibilização de efetivo policial nas ruas para evitar aglomerações; a ampliação do horário de funcionamento dos supermercados para 22h; a realização de uma campanha de conscientização incisiva para alertar as pessoas sobre a real gravidade da situação.
As entidades ainda pedem um tratamento de recolhimento de impostos conforme o momento vivenciado pelos segmentos. Solicitam um maior prazo para o recolhimento de impostos (IPVA, ICMS, ISSQN, entre outros), prorrogação de validade de certidões, redução ou isenção de taxas, e financiamentos com baixo custo.
