O processamento da safra (2021/2022) de cana-de-açúcar está mais arrastado neste ano, o que reflete em demora na entrega do etanol para o período pós-colheita. De acordo com o observatório da cana da Associação Brasileira da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unicadata), na primeira quinzena de abril foram processadas 15,63 milhões de toneladas frente 22,5 milhões da safra 2020/2021 (-30,57%). Com a redução da moagem, a produção de etanol caiu 25,92%, totalizando apenas 730,5 milhões de litros.
A queda na moagem da cana está relacionada à redução de indústrias em operação neste início de safra. Conforme a entidade, nos primeiros quinze dias de abril, 147 unidades estavam operando, sendo 141 processadoras de cana-de-açúcar, cinco exclusivas de etanol de milho e uma usina flex. No mesmo período de 2020, na safra 2020/2021, eram 180 unidades trabalhando. No restante do mês de abril, cerca de 60 unidades retomaram as operações.
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“O clima mais seco tem favorecido a colheita, mas o menor número de unidades produtoras em operação não permitiu uma moagem no mesmo ritmo observado no início da safra passada. O longo período de chuvas abaixo da média histórica tem prejudicado o desenvolvimento na lavoura e criou estímulos para que as usinas começassem a safra mais tarde neste ano. Muitas empresas haviam programado o início em março deste ano, mas observamos um atraso médio em torno de 10 dias nessa programação” justifica Antônio Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Diante de uma menor produção do etanol de cana-de-açúcar, a produção do biocombustível a partir do milho ficou em destaque na primeira quinzena de abril. Foram 111,43 milhões de litros produzidos, ante 86,30 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2020/2021, um avanço de 29,12%.
