Os preços dos combustíveis voltam a subir a partir desta terça-feira (6) em todo país. Uma semana depois de sofrer ajustes no valor base para cobrança do imposto estadual (ICMS), os consumidores de Mato Grosso podem esperar mais acréscimos nos próximos dias. Em comunicado enviado ontem (5) às distribuidoras, a Petrobras anunciou reajustes nos valores da gasolina e do diesel, que passam a valer nesta terça.
- FIQUE ATUALIZADO: Entre em nosso grupo de WhatsApp e receba as notícias em tempo real (clique aqui).
Conforme o comunicado, a adição nos preços será de 6,3% para a gasolina e 3,7% para o diesel. Nesta ordem, as taxas refletem um impacto de R$ 0,16 e R$ 0,10 centavos no litro do combustível que sai das refinarias da Petrobrás para as companhias distribuidoras. Com isso, o preço nas refinarias sobe para R$ 2,69 (gasolina) e R$ 2,81 (diesel).
Os novos valores ocorrem depois de a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) queixar-se de defasagem nos preços praticados pela empresa, em comparação com as cotações internacionais.
“Os preços domésticos de óleo diesel A e gasolina A estão fixados há mais de 30 dias, enquanto as cotações no mercado internacional seguem com valorização”, descreve a publicação, feita na última semana.
A entidade apresentou uma tabela com estimativas de percentuais de diferenças. Segundo a Abicom, a defasagem média estava em -4% na gasolina e -5% para óleo diesel no primeiro dia de julho. A entidade alega que essa defasagem estaria inviabilizando as operações dos importadores no mercado internacional.
Com relação ao ajuste na pauta do ICMS de Mato Grosso, praticada desde o dia 1º, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo) estimou impactos de altas de R$ 0,0511 (gasolina), R$ 0,0215 (diesel S500), R$ 0,0334 (diesel S10) e R$ 0,0488 (etanol).
Na divulgação dos valores, o sindicato ressaltou que, “após as determinações da pauta fiscal, os estabelecimentos podem ou não aplicar mudanças. Além disso, o valor comercial do combustível é ofertado de forma livre nas distribuidoras e postos”.
PESO MAIOR - Os reajustes anunciados neste início de julho são os maiores “puxadores de preços” dos combustíveis. Segundo dados coletados no ano passado, o valor de venda da gasolina pela Petrobras representava cerca de 30% da composição dos preços. Já o tributo cobrado pelo estado equivale a 29% do preço final.
Os resultados foram baseados nos preços médios da Petrobras (gasolina A) e nos preços médios ao consumidor final (gasolina C), coletados entre os dias 16 e 22 de agosto de 2020, em 13 capitais brasileiras.
No caso do diesel, o valor estabelecido pela Petrobras refletia em 48% da formação dos preços ao consumidor e o ICMS em 14%. A pesquisa feita entre os dias 10 e 16 de janeiro deste ano tem como base os preços médios de diesel S-10 da Petrobras (diesel A) e nos preços médios de diesel S-10 ao consumidor final (diesel B), também em 13 capitais.
Apesar de a alta valer só para a gasolina e o diesel, seus reflexos vão além da cadeia de combustíveis. O diesel, por exemplo, é fonte de energia de colheitadeiras e caminhões, o que aumenta a pressão no custo de produção do milho, soja e proteína animal.
