O brasileiro não tem o hábito de fazer gestão financeira e muita das vezes encontra-se com a ‘grana curta’ para fazer frente às despesas do dia a dia. No entanto, há opções de usar o tempo livre e colocar um pouco mais de dinheiro no caixa, segundo o professor e contador Leonardo Adam Poth, que dá algumas dicas de atividades que podem gerar lucro.
Ao Estadão Mato Grosso, Leonardo aponta que o primeiro passo é otimizar a forma de gerir seus recursos já existentes, de preferência elaborando um orçamento do que entra e sai de dinheiro e para quê. Somado a isso, é preciso estabelecer prioridades para valorizar o ‘ativo’ mais importante, que é o tempo, portanto não pode ser desperdiçado a esmo.
“O tempo e o conhecimento são os ativos mais valiosos, não há dúvida. A partir desses dois fatores bem administrados, bem valorizados em cima daquilo que você sabe fazer, mesmo em cima daquilo que você não sabe, mas se tiver disposto a aprender, a possibilidade de geração de renda vai se multiplicando”, afirma o professor.
Uma das formas mais eficientes de utilizar o tempo é lendo, pois se otimiza e ainda adquire conhecimentos de diversos assuntos. Além disso, há dezenas de cursos na internet, onde se pode aprender com custo baixo. Leonardo cita como exemplo a plataforma do governo federal, Gov.Br, que tem cursos sobre empreendedorismo e contabilidade.
“Ensina a empreender, como que calcular a carga tributária. Tem uma série de informações, como elaborar um livro-caixa, é claro de forma bastante simplificada, não de forma profissional, mas pelo menos para aqueles que tentam empreender, não se emocionem no sentido de que tudo que entra é dele [...] é preciso reinvestir”, explica.
Após essa organização, é preciso identificar quais as habilidades que cada um possui. Algumas possuem habilidades de características mais motoras, outras são mais intelectuais, mas há espaço para os dois. Quem é um bom motorista ou piloto de motocicleta, por exemplo, pode ganhar um extra simplesmente trabalhando com aplicativos de transporte e entregas.
Já quem possui uma habilidade como ensino e aprendizado de idiomas tem como opções sites especializados, que fazem o ‘meio campo’ entre quem quer aprender e quem quer ensinar. Outra opção apontada por Leonardo é a utilização de espaços físicos, que após a sua organização, pode ser alugada tanto para fins comerciais como de moradia.
“Se estamos na era da informação, precisamos fazer com que isso trabalhe a nosso favor. As redes sociais podem ter uma função muito mais produtiva, no sentido financeiro, do que as pessoas imaginam. Precisamos reorganizar a forma como pensamos financeiramente”, afirma Leonardo, reforçando que não é necessário muito para começar a fazer dinheiro extra.
Outro exemplo é o caso de uma família que tem o hábito de se reunir aos finais de semana, nos quais são feitas grandes quantidades de comida. Com um CNPJ, é possível abrir um cadastro no Ifood para comercializar alimentos só nos finais de semanas. Comerciantes do ramo de delivery, porém, apontam que é necessária constância para conquistar clientes.
“Muitas vezes, a pessoa está preparando aquele almoço mais completo com a família. Sabe que vai sobrar, porque não ligar o aplicativo e compartilhar isso com mais pessoas?”, questiona. Somado a isso, há os ‘marketplaces’ das redes sociais, onde as pessoas com habilidades em vendas podem revender itens e produtos.
“Você pode comercializar uma série de coisas sem a necessidade de ficar oferecendo nada, porque a visibilidade que isso traz já é bastante grande”, completa.
Após iniciar a fazer a ‘grana extra’, com as contas pagas, há a opção de fazer esse dinheiro começar a trabalhar por você, a chamada renda passiva, aponta o professor. “A partir desses pequenos negócios eu consigo investir a ponto que eu ganhe juros em cima disso, fazer com que o dinheiro trabalhe ao meu favor e não eu apenas correndo atrás dele”, conclui.
