Pesquisa mensal da Abrasel trouxe notícias animadoras para o setor: o número de empresas que operam com prejuízo diminuiu em agosto. De acordo com o levantamento, 28% dos estabelecimentos em Mato Grosso registraram perdas no último mês, uma queda significativa em relação aos 38% observados em julho.
Ao mesmo tempo, o percentual de empresas que conseguiram fazer lucro aumentou de 39% para 42%, enquanto 36% mantiveram equilíbrio financeiro (1% não soube responder ou não existia em agosto de 2024). A pesquisa foi realizada com 2.041 empresários em todo o país.
Os dados refletem a melhora no movimento captada pelo índice Abrasel-Stone, que registrou um crescimento de 4% em agosto, revertendo a tendência de queda observada nos dois meses anteriores. O índice apresentou uma melhora em 22 dos 24 estados analisados e, em comparação ao mesmo período do ano passado, houve um aumento de 2%.
Paulo Solmucci, presidente da Abrasel, comentou que a retomada das vendas em agosto é um bom sinal, mas o setor ainda enfrenta pressões significativas. “Hoje, 57% das empresas ainda não conseguem lucrar, e o setor tem enfrentado novas ameaças, como a concorrência das apostas online, as chamadas Bets. Essas apostas têm impedido uma retomada ainda mais forte em um momento de baixa no desemprego e de maior poder de compra da população", afirma Solmucci.
“Depois de alguns meses operando no sufoco, vejo com otimismo essa melhora significativa no cenário, mostrando que em Mato Grosso apenas 28% das empresas operaram no prejuízo. Isso demonstra que o setor está reagindo positivamente, mesmo diante de desafios econômicos. Além disso, é encorajador ver que 31% das empresas conseguiram gerar lucro, o que reforça o potencial de resiliência e adaptação do setor. Por isso o apoio à nossa classe é importante, para mantermos essa tendência positiva e que seja possível fortalecer ainda mais a gastronomia e a hospitalidade no estado”, destaca Lorenna Bezerra, presidente da Abrasel, em Mato Grosso.
A pesquisa também indicou que as eleições de outubro podem impactar o faturamento de parte do setor. Mais de um quarto das empresas, 27%, acredita que a votação reduzirá o faturamento em outubro, enquanto 15% esperam um aumento nas receitas. Para 58%, as eleições não terão influência.
Em relação à lei seca, vigente em algumas cidades durante o período eleitoral, 27% dos empresários acreditam que ela afeta negativamente o movimento. Outros 67% consideram a medida indiferente, e 6% a veem como positiva para o faturamento.
Paulo Solmucci destacou ainda a maturidade da democracia brasileira, apontando que a flexibilização de medidas como a lei seca em algumas regiões do país demonstra um avanço importante para os bares e restaurantes. "Alguns estados, como Minas Gerais, já não terão lei seca nas eleições este ano, o que o setor entende como positivo, pois a medida limita o funcionamento dos estabelecimentos", reitera.