O número de cuiabanos endividados voltou a subir em maio, após dois meses de queda. Hoje, cerca de três em cada quatro famílias cuiabanas estão endividadas, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação nacional do Comércio (CNC) em parceria com o Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio (IPF-MT).
Conforme o levantamento, o endividamento atinge 73,4% das famílias cuiabanas em maio, contra 72,3% registrados em abril. O número é maior do que o registrado em maio de 2020, quando 67,7% das famílias se encontravam pressionadas pelas dívidas.
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Já a inadimplência, índice que representa as dívidas em atraso, apresenta resultados melhores. Segundo o levantamento, 33,4% das famílias cuiabanas têm alguma dívida atrasada, número ligeiramente inferior ao registrado em maio de 2020, quando a inadimplência atingiu 34,1%. Já o número de famílias que tem condições de pagar as dívidas apresentou redução ainda maior nos últimos 12 meses, saindo de 13,9% para 9,9%.
Presidente da Federação do Comércio em Mato Grosso (Fecomércio-MT), Wenceslau Júnior avalia que os indicadores mostram uma melhora no cenário socioeconômico em Cuiabá, confirmando que os mato-grossenses sofreram menos com a ‘crise da pandemia’ em virtude da injeção de dinheiro trazida pelo agronegócio.
“O quadro atual é melhor do que o mesmo período do ano passado em diversos indicadores, e a condição para pagar as dívidas é um dos mais sensíveis ao clima econômico, por isso continuamos com boa expectativa para os próximos meses em Mato Grosso, que foi um dos estados que menos sofreu com a crise brasileira, e porque não dizer mundial, em função da dinâmica do agronegócio”, avalia.
Apesar dos números positivos, o levantamento aponta que o número de famílias que se declaram muito endividadas cresceu de 2020 para 2021, passando de 14,6% em maio de 2020 para 16,1% neste ano. O número de famílias que se declararam pouco endividadas também cresceu, saindo de 31% para 34,3%.
O cartão de crédito continua sendo o principal vilão do orçamento familiar, correspondendo a 75% do total das dívidas acumuladas pelos cuiabanos. Apesar disso, o resultado de maio representa uma queda na comparação com abril deste ano, quando 80,9% das famílias sofriam com as dívidas no cartão de crédito.
Já os boletos são a segunda principal forma de endividamento, representando 35% das ‘dores de cabeça’ dos cuiabanos.