Um dos lances mais polêmicos da partida entre Cuiabá e Cruzeiro no último sábado, 15 de outubro, não aconteceu enquanto a bola rolava, mas sim na beira do gramado, após a partida. Vaiado pela torcida, o atacante Deyverson pediu para ser entrevistado, mas foi retirado pelo técnico António Oliveira e a assessoria de imprensa do Dourado. Questionado, o treinador explicou o motivo de sua reação.
“Nós percebemos, todos, que o Deyverson estava emocionalmente, naquele momento, mais a quente. Portanto, nós não podemos aproveitar de uma fragilidade emocional, porque dali não ia sair coisa boa, para gerar uma notícia. Entenda aquilo que eu quero dizer. Portanto, aí a minha função enquanto treinador, porque eu, mais do que um treinador de futebol, em termos daquilo que é técnico ou tático, da estratégia, sou um gestor de emoções e dos meus jogadores. E por trás do jogador, para mim, está o homem. E eu fui proteger ali o homem”, justificou Oliveira.
Deyverson foi cobrado pela torcida por seu desempenho, especialmente após perder um lance incrível já no final da partida. Ele chegou a responder prontamente, fazendo o número 9, em alusão ao total de gols que marcou pelo Dourado nesta temporada. Porém, ao final do jogo ele pediu para ser entrevistado.
Ao ser questionado pelos profissionais de imprensa, Oliveira explicou que não era Deyverson quem tinha sido nomeado para dar entrevista, mas sim o volante Raniele. Esse teria sido mais um motivo para impedir a fala de Deyverson.
Oliveira ainda defendeu a atuação do atacante, ressaltando que ele tem uma das principais referências do Cuiabá na atualidade.
“Há um princípio que os meus pais me ensinaram, que é a gratidão. E o Deyverson já nos entregou muito”, enfatizou. “E nessa perspectiva, apenas dizer que o Deyverson já nos ajudou muito e vai nos continuar a ajudar. Ele hoje realmente teve uma das oportunidades do jogo. Entendeu que deveria dar ao colega. Faz parte do jogo. Umas vezes acertamos, outras vezes erramos. Ninguém é perfeito no mundo”.
“Eu quero ver quando o Davidson for embora do Cuiabá, vamos agarrar a quem?”, concluiu.