O líder do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Dilmar Dal'Bosco (DEM) investigado na operação Rota Final tentou aumentar o lucro dos empresários que compunha a máfia do transporte intermunicipal, e apresentou na Casa de Leis, a criação de uma taxa para usuários que embarcassem nos chamados pontos de parada.
Em março de 2020, Dilmar apresentou a indicação 1098/2020 alegando a necessidade de viabilizar a cobrança de tarifa de embarque nos pontos de parada. Na sua justificativa, o deputado estadual alegou que diariamente grande parte da população mato-grossense utiliza do transporte coletivo rodoviário intermunicipal para se deslocar, em razão de trabalho, estudo ou mesmo para usufruir do mercado de bens e serviços.
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Dal'Bosco pediu alteração no artigo 129 do Decreto nº 1.020, de 06 de março de 2012 que veda a cobrança de tarifa de embarque ou quaisquer outras formas de cobrança pelo o uso em parada de ônibus, mas, Dilmar citou que os empresários têm diversas despesas com estes locais, como limpeza dos banheiros, manutenção predial, eletricidade dentre outras. A vedação da cobrança da tarifa de embarque aos passageiros que embarcam nos pontos de parada impede a margem de lucro necessária para investimento nesses locais.
Ocorre, que o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), entendeu que a indicação apresentada por Dilmar e encaminhada ao governador Mauro Mendes (DEM), ao secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira e Silva, e também ao diretor presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso, Fábio Calmon, teve como único intuito, atender os interesses dos empresários que praticavam atividades ilícitas na administração do transporte intermunicipal e pagavam propina ao deputado.
"Realmente, causa assombro a desfaçatez com que o pretenso defensor dos princípios da eficiência, da legalidade e da moralidade pública coloca seu nobre posto de representante do povo mato-grossense a serviço dos interesses econômicos daqueles que o financiam por isso"", diz parte do relatório do MP.
Outro lado:
Até o momento o deputado não se pronunciou sobre as denúncias realizadas contra ele pelo Ministério Público, no entanto, correligionários de Dilmar, alegam que no partido ele diz ser inocente e que todas as acusações são infudadas e ele possuí documentos que comprovam a honestidade.