A boxeadora argelina Imane Khelif superou uma onda de fake news e ataques pessoais e conquistou a medalha de ouro na categoria até 66kg nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A vitória, obtida com uma performance dominante sobre a chinesa Yang Liu, coroou uma jornada marcada por injustiças e culminou em um final feliz e histórico.
Desde o início da luta, Khelif demonstrou superioridade, aplicando golpes precisos e eficientes que lhe garantiram a vantagem nos três rounds. A torcida em Roland Garros, local que abrigou as finais do boxe, foi um importante aliado, demonstrando total apoio à boxeadora, que parecia lutar em casa. Apesar da derrota, Yang Liu reconheceu o mérito de Khelif, cumprimentando-a com respeito e levantando seus braços ao final da luta.
A medalha de ouro de Imane Khelif vai além de uma conquista esportiva. Ela simboliza a vitória sobre a injustiça e a discriminação que a atleta sofreu antes dos Jogos. A boxeadora foi alvo de rumores cruéis que questionavam sua identidade de gênero, obrigando-a a expor sua vida pessoal para provar que não era uma mulher trans. Seu pai chegou a divulgar fotos e a certidão de nascimento para comprovar que Khelif sempre foi mulher.
Mesmo com essas evidências, Khelif continuou sendo alvo de bullying na internet e enfrentou atitudes desrespeitosas de algumas adversárias no ringue. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, fez questão de destacar que a participação de Khelif não foi uma questão de inclusão, mas de justiça, reafirmando o direito das mulheres de competirem em igualdade.
Imane Khelif, com sua vitória, trouxe o segundo ouro para a Argélia nos Jogos de 2024.