Uma empresa com sede em Maryland, nos Estados Unidos, anunciou hoje que demitiu por justa causa um funcionário que foi flagrado durante a invasão ao Capitólio, onde se reúne o Congresso americano, em Washington (DC). Nas imagens registradas ontem, é possível ver que o homem usava o que parece ser seu crachá profissional.
"A Navistar Direct Marketing foi informada de que um homem usando o crachá da empresa foi visto dentro do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, durante a invasão. Após analisar as evidências fotográficas, o funcionário em questão foi demitido por justa causa", informou a empresa em nota.
A Navistar ainda afirmou que, embora apoie o direito de todos os seus colaboradores ao exercício pacífico da liberdade de expressão, qualquer funcionário que apresente uma conduta perigosa, que coloque em risco a saúde e a segurança de outras pessoas, "não terá mais oportunidades de trabalho" na empresa.
Veículos locais, como a WBAL-TV, também noticiaram o caso. A identidade do funcionário demitido, porém, não foi divulgada.
Apoiadores de Trump se reuniram ontem nas proximidades do Capitólio para protestar contra a certificação da vitória de Joe Biden na eleição de 2020. A invasão aconteceu pouco depois de a sessão conjunta do Congresso ser interrompida por uma objeção, por parte de parlamentares republicanos, ao resultado do pleito no estado do Arizona, vencido por Biden.
Além de policiais, atiradores de elite e outras forças de segurança foram acionados para conter os manifestantes. Deputados e senadores tiveram que se esconder, e o vice-presidente Mike Pence foi retirado do prédio. Uma funcionária do Capitólio acabou baleada e morreu.
Repúdio mundial
Chefes de Estado em todo o mundo repudiaram hoje a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump. Um dos primeiros a se pronunciar, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, definiu as cenas de violência e vandalismo como "vergonhosas" e pediu por uma transferência de poder pacífica.
"Cenas vergonhosas no Congresso norte-americano. Os EUA são uma representação da democracia ao redor do mundo e é vital que haja uma transferência de poder pacífica e ordenada", escreveu, em referência à futura posse de Joe Biden como presidente do país.
Presidentes sul-americanos também se manifestaram: Sebastian Piñera, do Chile, disse que condena a violência nos atos em Washington (DC) e que confia na democracia americana para garantir o emprego da lei e da ordem, bem como o Estado de Direito.
Iván Duque, da Colômbia, também afirmou confiar na estabilidade das instituições americanas e no respeito à democracia, "valores compartilhados por nossos países desde o início de nossa república". "Presto minha solidariedade e apoio aos honrosos membros do Congresso e a todas as instituições dos EUA", acrescentou.