Tudo o que pensamos, falamos ou fazemos geram energias e isso já é comprovado pela ciência há muitas décadas. E ao longo dos tempos a humanidade, exercitando seu livre-arbítrio, vem gerando energias desequilibradas, ou seja, dissociadas de um ideal de harmonia, paz, concórdia e progresso.
O mal tem imperado em nosso planeta de diversas formas: maledicência, traições, desordem, orientações nocivas para crianças, além de todas as guerras produzidas pela desenfreada busca pelo dinheiro a qualquer custo, pelo poder sem limites, pelo sensualismo e todo abusivo e prejudicial materialismo.
Pensadores tem dito que poderíamos ter acabado com a vida na Terra por meio de uma grande Terceira Guerra Mundial. Deus não permitiu que isso acontecesse, pois tal fato de efeitos catastróficos atrasaria significativamente o processo evolutivo do globo terrestre.
Ainda assim, continuamos a agir com orgulho e egoísmo e essa forma de coronavírus, que Deus permitiu se desenvolvesse, se apresenta como um convite para sossegar o ímpeto de guerrar, de odiar, de ser arrogante, de supervalorizar essa busca por gozar a vida com prazeres sem deveres, de menosprezar os demais seres humanos e todos os demais da natureza.
Logo, numa visão espiritualista, eis que os valores espirituais são eternos e imutáveis, torna-se lícito concluir que a pandemia da Covid-19 conclame a humanidade ao despertamento para os valores necessários e que precisam ser desenvolvidos pelos habitantes da Terra e que queiram continuar vivendo nela.
Conforme iniciamos, tudo começa no pensamento. É preciso que saibamos cuidar dos pensamentos, levando luz para aquelas ideias que percebemos serem trevosas. O amor também começa no pensamento e é a melhor terapia preventiva com efeitos benéficos comprovados para esse momento de pandemia.
É hora de união e não de disputas egoístas. É hora de aproximação pela vida, e não de tentativas de um querer ser melhor que o outro.
Temos estudado, observado e falado que a fase atual é de provas graves em razão de vivermos uma fase transitória para um momento de mais paz. Essa transição será mais ou menos longa, de acordo com o empenho de cada um no tocante às energias que tem produzido pelos pensamentos, palavras e atos.
Respeitamos a todas as filosofias, mas não há como deixar de considerar que para a doutrina espírita, no mundo de regeneração somente continuarão a vier viver na Terra aqueles de nós que levarmos a sério o Evangelho, a proposta do amor (a Deus e ao próximo como a si mesmo).
Ainda assim, dadas as características e o histórico evolutivo de cada pessoa, é natural que haja dissenções, discordâncias, desaprovações entre as pessoas. Casa um tem um modo próprio de ver, sentir, entender, porém, desde que o móvel seja o bem maior, o bem coletivo, porquanto não há como considerar normal, tampouco salutar, atitudes maldosas, individualistas motivadas pelo egoísmo e pelo orgulho.
É um absurdo, nos dias atuais, os mais graves pelos quais a Terra já passou, estando a humanidade convivendo com um vírus devastador de vidas, de famílias, que políticos e governantes insistam em agir como crianças birrentas, quando deveriam abrir mão da vaidade para unirem-se até com os adversários (que também é um irmão perante Deus) em busca de salvar vidas.
É terrível testemunharmos que muitos ainda estão negando uma situação rasgada aos nossos olhos, muitas vezes querendo buscar aplausos de seus seguidores cegos, apaixonados e que ficam promovendo a guerra nas redes sociais, intolerantes com o modo diferente do outro ser humano pensar. E ainda se dizem cristãos, ao passo que Jesus viveu e pregou o amor como a vacina essencial contra o mal.
Não conseguimos aquilatar a seriedade ímpar do momento pelo qual estamos passando, seja porque poucas vezes paramos para refletir sem nos desesperar, ou mesmo pelo fato de não dispormos de capacidade para compreender as engrenagens das Leis de Deus. Ora, todos vamos morrer, hoje ou mais tarde. Isso não é motivo para desespero. É preciso, ao contrário, a cada dia nos prepararmos para a despedida desta vida temporária, vivendo com amor, humildade e senso de união.
Com tanto conhecimento de que já dispomos, com tantos avanços tecnológicos a nosso favor, permitindo, inclusive, que continuemos a nos comunicar apesar do necessário distanciamento físico momentâneo, a felicidade é um caminho amoroso que já deveríamos estar percorrendo, isto é, a felicidade é um dever, um dever de caminhar feliz e não de estarmos iludidos em enxergar a felicidade como uma meta distante.
Para tanto, é preciso respeitar as leis! Acima das leis humanas estão as Leis Divinas. A lei maior é a lei de Amor, Justiça e Caridade.
Que possamos refletir: estou aprendendo com as dores da pandemia? estou me tornando uma pessoa melhor, com maior senso de compaixão humanitária, caminhando feliz por estar amando ao máximo como Jesus nos ensinou? ou tenho me dedicado à indiferença, ou a querer ganhar vantagens na busca pelo poder? tenho vivido no abuso da matéria neste momento em que Deus me convida a “vestir a túnica nupcial” necessária para ingressar num mundo mais feliz, como sendo a minha contribuição para a Terra entre numa fase de mais paz, compreensão e amor?
Nós somos capazes! Tenhamos fé ativa.
Nestor Fidelis é advogado