Cá estamos em meio a esta confusão estabelecida nesta Pátria desalmada onde o pandêmico coronavírus encontrou as melhores condições para se espalhar, multiplicar a seu bel-prazer e com tempo mais do que suficiente para se adequar às condições mais propícias ao seu perfil virológico e produzir mutações.
Sabe-se desde há muito, que todas as formas de vida são teleonômicas, isto é, conseguem desviar dos obstáculos e redirecionar sua trajetória pelas vias mais fáceis para garantir sua existência. E isso o coronavírus soube fazer com muita eficiência. Embora a ciência, a nossa tão respeitada ciência brasileira, desde a primeira onda, alertou em centenas de alertas cotidianos, mas...
Do alto da “sabedoria” de nosso governo, as decisões tomadas nos colocaram nesta imensa enrascada, sem tentar, ao menos, entender o que estava por acontecer, até porque não é de seu feitio entender alguma coisa. É, sempre, mais fácil dar ordens aos seus subordinados, todos calados e de cabeça baixa a obedecer, conforme foi muito bem testemunhado para o Brasil e para o mundo, a sabujice do General da Saúde que, em seu ato de subordinado sem pudor, afirma em som alto e tonitruante: “um manda outro obedece, simples assim”. Foi com esse tipo de sabujo sob seu comando que Hitler prosseguiu em sua cavalgada de besta do apocalipse. Mandando os obedientes desprovidos de dignidade a fazer tudo o que seu mestre mandar.
Foi esse mandonismo que permitiu a disseminação da pandemia, que assolou em muitas dimensões esta Nação desgovernada. Nessa jornada de abandono, os poderes foram se cooptando e deixando de lado o povo brasileiro, entregue ao seu próprio destino, enquanto o desatino prosseguia em sua terrífica empreitada, contagiar, adoecer, matar, sob o olhar indiferente dos Poderes.
No Congresso Nacional, hordas de esfaimados, gulosos por dinheiro, venderam seus mandatos em troca de poleiros em cargos públicos. Assim, não se comprou vacina, que provocou uma chacina pelo vírus e teve início o salve-se-quem-puder, pois cada governante foi-se haver como quisesse e o pandemônio se instalou na Pátria amada.
No comando o capitão antivacina a praguejar o imunizante para vender a cloroquina, mas acabou dando um tiro em seu próprio pé, porque a vacina não transformou ninguém em jacaré. E continua com as suas imprecações, pois acaba de afirmar perante toda esta Nação, que a nova vacina do Butantan, a Butanvac é apenas uma vacina de Mandrake.
Neste pandemônio instalado no Brasil, não sobra um espaço sequer para a serenidade, muito menos para a preocupação com o nosso povo. Lá no Congresso discutiu-se no orçamento, não um aumento de salário para quem precisa, apenas em atender os disputados interesses. Trocaram os recursos da Educação, do Meio Ambiente, do Censo do IBGE e do dinheiro da vacina, por emendas dos senhores deputados, que tiveram um reforço redobrado para atender suas demandas pessoais, fazendo pontes, monumentos de concreto; tomara que falte cimento! Penso que teremos muitas fontes luminosas espalhadas por este País afora, enquanto falta dinheiro para a comida da pobreza que aumentou de forma exponencial. Orçamento de canalhas, que em vez de benesses só espalhou mortalhas.
Neste tempo de pandemia, o coronavírus encontrou o seu nicho ecológico, um país em pandemônio por falta de comando que, contando com muitos apoiadores, causou todas essas mortes e nos infringiu imensas dores. Com promessa de se perpetuar por estas bandas, disfarça seu intento monarquista com ameaças ao mundo comunista, que só existe em sua mente perturbada, enquanto espalha ódio nesta nossa Pátria amada.
Jurou perante o mundo que duplicaria os recursos para fiscalizar a Amazônia, mas no dia seguinte cancelou muitos milhões que era para isso, ao mesmo tempo que o sinistro das queimadas planejava criar muitas milícias bem armadas para fiscalizar o desmatamento, mas só o que foi bem desmatado foi o pífio orçamento para defender a natureza. Com aplausos dos desmatadores, com certeza.
E a Justiça? Permanece em sua eterna liça de desfazer o que já havia sido feito, sempre buscando encontrar algum defeito naquilo que, por força do direito, havia sido decidido, mas..., eis aqui o mas de novo, justificando os defeitos, a este povo, das decisões tomadas tantas vezes.
Ah! Que povo tão sofrido e enganado, só recebe traições de todo lado enquanto observa os mandarins desta res pública cujas condutas se apresentam impublicáveis, porque seus gestos, intenções e atitudes, são quase sempre condenáveis.
Enquanto o pandemônio continua, o furor desse vírus coroado vai-se espalhando para todos os lados, atacando cada bairro, cada rua, sem escolher quem será o próximo coitado a receber seu ataque deletério para ser entubado ou ir direto para o cemitério.
Onde estão os brasileiros do Congresso? De joelhos a implorar uma migalha, enquanto o Brasil se veste de mortalha. Os que restam, de verdade, por favor, por caridade, gritem em voz bem alta contra essa tirania, senão ressuscitaremos a qualquer hora, a qualquer dia, um novo monarca em nova monarquia.
JOSÉ PEDRO RODRIGUES GONÇALVES é médico