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Opinião Quinta-feira, 27 de Maio de 2021, 10:43 - A | A

Quinta-feira, 27 de Maio de 2021, 10h:43 - A | A

EDITORIAL - 27/05/2021

Sinais contraditórios

O resultado da arrecadação do governo federal em abril dá sinais positivos sobre a situação da recuperação econômica no Brasil. A arrecadação fechou o mês com R$ 156,82 bilhões provenientes de impostos e contribuições, o melhor resultado para o mês de abril desde o início da série histórica, em 1995. E não se trata de um fato isolado. A arrecadação federal entre janeiro e abril também foi recorde, atingindo R$ 608,55 bilhões.

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No mercado de trabalho, no entanto, a situação ainda é diferente. Por um lado, predomina na indústria um certo otimismo, como mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Divulgada nesta quarta-feira (26), a pesquisa captou otimismo em 28 dos 30 setores pesquisadores em maio, na comparação com abril de 2021. Isso mostra que os empresários industriais estão confiantes com a possibilidade de recuperação da economia, principalmente entre setores que estavam mais prejudicados, como o de calçados e de produtos de limpeza.

Por outro lado, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) caiu 1,2% em maio na comparação com abril, consolidando a quinta queda mensal consecutiva. No ano, a redução da confiança do comércio já soma 13,71%. Ou seja, a situação entre os empresários do varejo é bem diferente daquela registrada entre os industriários. O principal fator para isso é a enorme incerteza econômica, diante da crescente inflação, desemprego e aumento dos juros.

Além disso, os dois setores devem ser atingidos de forma distintas pelo novo recrudescimento da pandemia. A indústria costuma escapar quase ilesa às medidas restritivas, ao passo em que os comerciantes perdem espaço diante de uma conjuntura social que desestimula as compras presenciais. Tida como a única esperança para a recuperação econômica, a campanha de vacinação caminha de forma lenta, em nível muito abaixo do que precisamos para reabrir as atividades econômicas de forma plena. Não que isso não esteja ocorrendo, bem sabemos, de forma precária, que coloca em risco todo os esforços de combate à pandemia.

Mais que vacina, a economia brasileira irá demandar um intenso suporte do governo para garantir o retorno aos níveis pré-pandemia. Será preciso avançar com medidas como o Pronampe e o Bem por algum tempo, para aliviar a pressão sobre o caixa das empresas e estimular o reemprego.

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