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Opinião Quarta-feira, 26 de Maio de 2021, 10:50 - A | A

Quarta-feira, 26 de Maio de 2021, 10h:50 - A | A

EDITORIAL - 26/06/2021

Sinal vermelho

Se seguir à risca o que está determinado no decreto estadual, o governo de Mato Grosso deve retomar em breve o toque de recolher em todo o estado. Após uma breve trégua no final da segunda onda, o estado vive um novo aumento abrupto de novos casos de covid-19 e de internações. A situação é evidenciada no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde: em apenas três dias, a taxa de ocupação das UTIs no estado saiu de 76% para 87%, passando o limite estabelecido pelo governo para medidas mais restritivas.

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No decreto nº 874/2021, que restabeleceu o sistema de classificação de risco, o governo firmou que haveria toque de recolher entre 22h e 5h quando a taxa de ocupação das UTIs no estado ficasse acima da marca de 85%. Acontece que se torna cada vez mais difícil ‘emplacar’ medidas restritivas após mais de um ano da pandemia, sobretudo no estado que tem o menor índice de adesão ao isolamento social do país.

Há uma resistência muito grande do setor produtivo em, novamente, fechar as portas. E há certa razão em seu posicionamento, já que o fechamento e reabertura constantes têm causado grandes prejuízos, principalmente aos pequenos empresários, que dispõem de menos recursos em caixa para as despesas decorrentes dessas operações.

Contudo, é impossível negar que parte da culpa pelo novo crescimento expressivo do contágio vem de alguns setores do comércio, sobretudo aqueles que dependem da aglomeração para poder realizar seu potencial de lucros, como casas de show e bares. Desde que as últimas restrições foram levantadas, esses locais têm protagonizado verdadeiras ‘orgias viróticas’, com centenas de pessoas aglomeradas em locais pouco ventilados e sem usar máscaras ou qualquer outra forma de proteção do vírus.

Ora, não há lugar no mundo que consiga conter esse terrível inimigo sem respeitar tais medidas. Que o diga Taiwan, que já foi considerada exemplo na contenção do vírus e hoje luta contra um surto de covid-19 justamente porque a população passou a ser displicente e frequentar ‘casas de chá’ sem máscaras.

Como dito há alguns dias pelo secretário de Saúde, Gilberto Figueiredo, ainda estamos no começo de uma nova fase da pandemia. O número de novos casos tem apresentado tendência de alta, mas ainda deve demorar algum tempo até que esse resultado se transforme em um aumento nas hospitalizações. Em meados de junho saberemos se realmente estamos diante da terceira onda. Contudo, é preciso lembrar que não temos a mesma ‘folga’ no sistema hospitalar que tínhamos quando a segunda onda teve início, lá em meados de dezembro. Na tarde desta terça-feira (25), restavam apenas 63 vagas disponíveis para pacientes com quadros graves de covid-19.

Ainda temos tempo de frear o desastre que se aproxima. É hora de pisar no freio, com cada um fazendo sua parte. O momento pede cautela e um pequeno sacrifício, por mais alguns dias, até que a campanha de vacinação cumpra seu objetivo. Não é hora de aglomerar, por qualquer que seja o motivo. É hora de se cuidar, o máximo que puder, para dar um fim a este tormento.

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