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Opinião Terça-feira, 25 de Maio de 2021, 11:09 - A | A

Terça-feira, 25 de Maio de 2021, 11h:09 - A | A

EDITORIAL - 25/05/2021

Vacinar para crescer

Contrariando o negacionismo predominante em grande parcela da população brasileira, o Ministério da Economia incluiu a vacinação em massa como uma das prioridades para a retomada econômica no Brasil. No boletim Macrofiscal de maio, o Ministério da Economia destacou um estudo que mostra os resultados econômicos obtidos por países que já conseguiram imunizar uma parcela significativa de sua população, bem como a projeção desses países para o encerramento do ano.

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Os dados apresentados no boletim mostram que a rápida vacinação nos EUA foi acompanhara por uma revisão para cima da projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), ao passo em que a Indonésia, com sua campanha de vacinação em marcha lenta, tem enfrentado revisões para baixo. Com base nessa análise, os técnicos da Economia destacaram que a vacinação em massa é “imprescindível” para o crescimento atual e futuro. O estudo indica que o aumento de 10% na quantidade de doses por 100 pessoas se correlaciona com um aumento de 0,13 ponto percentual (p.p.) na projeção do crescimento do PIB em 2021.

A razão para essa conclusão é simples e lógica: à medida que a vacinação avança, as restrições à mobilidade vão sendo reduzidas e ocorre o retorno seguro às atividades de produção e consumo. Isto, por sua vez, aumenta o produto da economia (melhorando principalmente o setor de serviços, o mais afetado pela pandemia), o emprego e a renda das famílias.

“Já pelo lado das expectativas, uma vacinação mais abrangente e mais rápida da população aumenta as projeções de mercado para o crescimento do PIB para o ano de 2021, pois produz maior otimismo dos agentes quanto à recuperação econômica robusta”, diz trecho do relatório.

O estudo dá esperança de que o Brasil ainda possa experimentar algum crescimento econômico significativo se conseguir cumprir o cronograma de vacinação, algo que ainda não está conseguindo ser feito. Por hora, o Brasil só conseguiu aplicar 22 doses a cada grupo de 100 pessoas, bem distante ainda do resultado obtido pelos Estados Unidos, com 76,9 doses para cada 100 pessoas.

A conclusão do relatório é um ‘tapa na cara’ de quem ainda insiste em pregar contra a vacina, posicionamento que é insuflado pelo presidente Jair Bolsonaro, que criticou abertamente as vacinas por várias ocasiões. Não obstante, é justamente entre os apoiadores do presidente que a recusa pela vacinação é maior, apesar de haver uma tendência nacional de buscar os imunizantes para se livrar do risco representado pelo vírus. A vacinação em massa é o caminho para crescimento de longo prazo da economia brasileira. Qualquer palavra contrária a isso é mera sandice.

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