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Opinião Sexta-feira, 02 de Outubro de 2020, 17:23 - A | A

Sexta-feira, 02 de Outubro de 2020, 17h:23 - A | A

SANI NEVES

Velha infância

Sani Neves*

Outubro chegou e aqui em Cuiabrasa a gente quase reza pra não ventar, pra não receber um vento ainda mais quente na face... Não está fácil e a chuva até o momento não deu um ar da graça por aqui, pelo menos não no volume esperado e que necessitamos.

Começamos com o Dia Internacional do Idoso, aqueles que vieram antes de nós e passaram por tantas lutas, dificuldades, dores e adversidades que jamais conseguiremos saber, pois, ainda que nos relatem, somente eles sentiram na pele o suor e as lágrimas! Então a eles toda a nossa honra, respeito, carinho e gratidão!

E logo teremos o Dia das Crianças, uma data obviamente comercial, no entanto, podemos trazer com ela um olhar para a nossa infância e as lembranças não tão doces para uns e já para outros muito saudosa e repleta de ótimas histórias e recordações! Então pare um minutinho e relembre: como foi a sua? Consegue se lembrar de fatos bons e alegres ou algum evento traumático ainda faz com que você nem queira falar sobre ela? Infelizmente muitos adultos carregam lembranças traumáticas desta que deveria ser a fase de maior zelo e afeto por seus pais e cuidadores... Esses dias eu reencontrei uma foto minha perdida no armário; devia ter uns oito anos e eu estava sentada em um balanço com um sorriso lindo no rosto! Foi muito bom reencontrar essa foto, pois por muitos anos eu só me recordava que era muito dolorido estar longe dos meus pais neste período, para ter uma melhor educação eu vim morar com meus tios na capital deixando-os na cidade vizinha bem pertinho de Cuiabá, mas que para aquela menina parecia outro país de tão longe, é que a saudade é amarga e todo lugar é longe demais para aliviá-la com uma mera ligação. Voltando àquela foto, eu fui juntando as pecinhas e concluindo que apesar da saudade e do choro escondido no quarto escuro antes de dormir, eu tive dezenas de momentos felizes na casa dos tios com quem morava. Com eles aprendi, entre tantas coisas, a gostar de ler e escrever, e apreciar boas músicas, especialmente a regional, fazer teatro também veio no pacote pois era de lei apresentar nos aniversários para os convidados... (rs). Eu e minhas primas tínhamos figurino, roteiro e falas para decorar, enfim... tudo muito organizado e divertido como deveria ser a infância de tantas crianças. Conclusão? Apesar das lágrimas de saudade, das dores de dente que pareciam doer mais ainda longe dos meus pais, eu tive uma infância feliz! Sou grata aos meus pais Santos e Nilza, e também aos meus segundos, como gostam de ser chamados: João Eloy e Nádia Neves.

E a sua, como foi?

Espero que tenha sido boa, mas se não tiver sido, saiba que sempre é possível ressignificar e recomeçar!

Pense nisso e até a próxima!

 

PSICÓLOGA SANI NEVES. CRP 18/01332. Psicologia Clínica. Esp. Gestão em Saúde UAB/UFMT. Sexologia Clínica. Constelação Familiar Sistêmica. Terapia EMDR. 65 99982 1308

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