O primeiro laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) colocou em xeque o depoimento de Gilberto Rodrigues Figueiredo sobre a chacina de uma mulher e suas três filhas em Sorriso, no final do mês de novembro. O crime que chocou todo o estado de Mato Grosso pode ter sido ainda mais bárbaro do que confessou o assassino, já que seu material genético foi encontrado nas partes íntimas de Manuela Calvi Cardoso, de 13 anos.
Em depoimento, Gilberto afirmou que invadiu a casa pelo banheiro da residência e lutou contra a mãe das meninas, Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos. Durante a briga, ele teria pegado uma faca e golpeado a mulher. Em seguida, assassinou as três filhas de Cleci, Miliane (19), Manuela (13) e Melissa (10).
Na versão apresentada à Polícia, o pedreiro afirmou que tirou a roupa das vítimas após mata-las e acariciou as partes íntimas delas apenas com os dedos, sem penetrá-las. Ele ainda afirmou que as vítimas se contorciam enquanto ele abusava delas.
"O interrogado afirma que acariciou as partes íntimas delas apenas com os dedos; QUE questionado se introduziu o pênis em alguma das vítimas, o interrogado afirma que não; QUE questionado se as vítimas ainda apresentavam sinais vitais quando do momento em que ele retirou as roupas delas, o interrogado afirma que todas se contorciam quando ele retirou as roupas delas", detalhou o depoimento.
Contudo, o primeiro laudo da Politec contesta essa declaração de Gilberto. Material genético do pedreiro foi encontrado nas partes íntimas Manuela, indicando que houve conjunção carnal - termo técnico para a introdução do pênis.
“O primeiro laudo de DNA foi concluído nesta sexta-feira (01/12). O exame comprovou que o material genético coletado nas partes íntimas da vítima M.C.C, de 13 anos é compatível com a amostra doada pelo suspeito”, diz trecho do documento.
Outros laudos devem ser apresentados pela Politec nos próximos dias, com resultado da perícia nos corpos de Cleci, Miliane e Melissa. Além disso, a perícia deve analisar os tufos de cabelo que foram arrancados pelas vítimas.
Após finalizar sua barbárie, Gilberto teria se desesperado com a situação e decidiu fugir do local. Antes disso, porém, resolveu procurar nos armários da casa por algum objeto de valor que pudesse levar, ou por dinheiro. Ele não teria encontrado nada e decidiu sair da casa pelo mesmo caminho que usou para entrar. O assassino ainda fugiu com peças íntimas das vítimas.
Após fugir, o assassino escondeu as roupas usadas no crime em uma sacola, que foi guardada em uma caixa e descartada em um contêiner com outros materiais de obra.
Gilberto foi trabalhar normalmente no dia seguinte e depois. Ele foi preso na manhã de segunda, 27, dois dias após o crime, enquanto trabalhava na obra. O criminoso passou por audiência de custódia e teve sua prisão em flagrante convertida para preventiva. Ele já acumulava passagens por outros crimes hediondos e está preso atualmente na Penitenciária Central do Estado.