A Operação Interum desmantelou mais um esquema de corrupção envolvendo verba destinada à Saúde de Cuiabá. Na manhã desta quarta-feira (04), mais de 30 policiais federais e agentes da Controladoria-Geral da União (CGU) saíram em busca dos seus alvos na capital. Alvos esses que teriam desviado R$ 13 milhões durante vários anos de contrato de uma empresa de informática com a Secretaria de Saúde de Cuiabá.
Conforme a Polícia Federal, a operação mirou diversos alvos, como servidores da saúde, empresários e possíveis "laranjas". Apesar da magnitude dos valores, nenhum dos servidores pertencia ao alto escalão da pasta.
Dentre os alvos, apenas um estava afastado e era por causa da intervenção estadual na Saúde. Além disso, a identidade dos alvos ainda não foi revelada pela Justiça.
O contrato entre a empresa de tecnologia e a Secretaria Municipal de Saúde foi firmado em 2017, sendo mantido até 2022. Nesse período, mais de R$ 250 milhões foram movimentados e foi esse volume de transação que chamou a atenção da Polícia Federal.
“A investigação teve início a partir da obtenção de informação a respeito de grandes movimentações financeiras da empresa envolvida no esquema com servidores municipais ou pessoas próximas a estes. A partir de então, foram levantados os contratos públicos da empresa com o município e verificado que existiam valores decorrentes de repasse da União. A CGU fez minucioso trabalho de análise dos contratos e detectou diversas irregularidades”, diz a PF.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela 5ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso e os policiais chegaram a ir em condomínios de luxo da capital para cumprir a ordem judicial. No momento, ninguém foi preso.
O modus operandi da quadrilha consistia na contratação do serviço por parte da Secretaria de Saúde e pela simples não execução dos trabalhos.
Ao Estadão Mato Grosso, a Polícia Federal informou que a operação teve como recorte somente a questão do contrato com a empresa de tecnologia, mas nada impede que futuros desdobramentos revelem que o esquema de corrupção fosse mais amplo, envolvendo outras áreas da Saúde de Cuiabá.