O candidato a prefeito de Cuiabá, Eduardo Botelho (União Brasil), acionou a Justiça Eleitoral para barrar uma propaganda na qual Abílio Brunini (PL) afirma que ele trata pescadores pior do que membros de facções criminosas. O caso foi analisado pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá, Moacir Rogério Tortato, que rejeitou o pedido liminar. A decisão é desta manhã de sexta-feira, 6 de setembro.
Isso porque, ao ajuizar a ação por propaganda eleitoral gratuita, que é vedada pela Justiça, o departamento jurídico de Botelho afirmou que o material estava sendo impulsionado na internet, ferramenta na qual o candidato paga a plataforma para sugerir o conteúdo a uma quantidade maior de internautas.
Porém, ao consultar o link, o juiz constatou que o impulsionamento está inativo. Com isso, o pedido de liminar para suspender a prática restou prejudicado.
A afirmação de Abílio foi feita nesta semana, durante debate realizado pela TV Vila Real. Na ocasião, o candidato afirmou que Botelho tratou os pescadores artesanais de Mato Grosso com tamanho desdém que supera o tratamento dispensado a criminosos membros das facções.
A acusação diz respeito à Lei Transporte Zero, aprovada pela Assembleia Legislativa, que proibiu a pesca, transporte e armazenamento de 12 espécies de peixes em todo o território mato-grossense. Essas espécies, porém, representam cerca de 90% do pescado desses profissionais, segundo a categoria.
Botelho é presidente do Parlamento estadual, por isso a acusação de que é responsável direto pela aprovação do projeto.
Já a comparação com o tratamento a faccionados diz respeito à suspeita de que o Comando Vermelho estava se articulando para lançar candidatos à Câmara Municipal de Cuiabá. Em junho deste ano, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Ragnatela, Abílio afirmou que essas candidaturas seriam pelo União Brasil, partido de Botelho.
A operação desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro do Comando Vermelho por meio de shows em casas noturnas de Cuiabá.