O deputado estadual Ludio Cabral (PT) disse na manhã desta quinta-feira (11) que pela falta de planejamento do Ministério da Saúde, o Brasil vai demorar três anos para vacinar toda a população. O Estado de Mato Grosso recebeu até o momento, 191.760 doses da vacina e imunizou menos de 3% da população.
O parlamentar, que também é médico sanitarista, falou que a ineficiência do governo federal está fazendo um desserviço à história.
“Só para dar um parâmetro pra comparar, nós vamos demorar três anos para vacinar toda nossa população se for mantido esse ritmo, e em 2009 o Brasil vacinou 80 milhões de pessoas contra H1N1 em três meses, olha a diferença de planejamento”, comparou.
Outra crítica apresentada por Ludio é em relação à falta de critérios do governo. Enquanto na fase 1 há indicações para profissionais da saúde, o deputado argumenta que falta critério, pois existem profissionais da área da saúde que não atuam em grupo de risco, mas são vacinados, enquanto há pessoas com comorbidades e idosos que estão em casa, mas não podem vacinar, mesmo correndo um risco maior, caso contraia o vírus.
O parlamentar convocou nesta manhã o secretário estadual de saúde Gilberto Figueiredo, para que ele esclarecesse como está o plano de imunização pelo estado e distribuição das doses aos municípios. Ludio classificou como proveitosa a ida do secretário na Assembleia.
“Na medida que a gente puder nos reunir periodicamente para esclarecer a população é importante que a gente faça isso. Isso porque a gente não debateu hoje o estágio que a pandemia está no ponto de vista epidemiológico e de como Mato Grosso tratou a pandemia até agora. Mato Grosso tem a quarta maior taxa de mortalidade no Brasil. Mato Grosso tem um problema gravíssimo com alta mortalidade nas UTIs e inexistência de medidas governamentais mais duras para reduzir a circulação de pessoas”, falou.
O deputado teme que a falta de estratégia e rigidez por parte dos governantes faça com que aumente o risco de reaceleração de contágio. O médico detalha que Mato Grosso já está vivendo em um platô com uma média de 1.300 novos casos diários e que caso as novas variantes genéticas cheguem ao estado, o cenário poderá ser tão grave quanto o que Manaus viveu recentemente.