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Política Quarta-feira, 25 de Outubro de 2023, 10:18 - A | A

Quarta-feira, 25 de Outubro de 2023, 10h:18 - A | A

TRETAS NA CÂMARA

Críticas à intervenção geram barraco e vereador ganha apelido de "pequeno Maduro"

Da Redação

A sessão ordinária da Câmara de Cuiabá na terça-feira, 24 de outubro, foi marcada por um bate-boca entre membros da situação e da oposição ao prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). O tema do embate foi o trabalho realizado pela equipe interventora do Estado na Saúde Pública da capital.

O vereador Sargento Vidal (MDB), que presidia a sessão, iniciou o período do pequeno expediente, em que os vereadores devem apresentar propostas, trazendo à tona uma denúncia contra a intervenção. Ele reclamou que os servidores do Estado não estão respeitando os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os pagamentos feitos através da modalidade indenizatória.

 

“Mesmo com essa CPI aberta denunciando, ou melhor, o prefeito denunciando sobrepreço gigantesco, na última semana, eles fizeram uma compra de 177% de sobrepreço sobre mercadoria, mesmo essa CPI tendo sido aberta com esta finalidade. Não estão preocupados com isso”, destacou.

Vidal comentou que a cada dia que passa tem recebido denúncias contra os trabalhos da intervenção, como a descontinuidade do SOS AVC, no Hospital São Benedito.

“Semana passada, nós fomos visitar o Hospital São Benedito, onde as denúncias chegaram aos montes. Mostrei aqui uma pessoa com surto psicótico no quarto andar. […] Eu perguntei ao diretor: 'e as cirurgias de grande complexidade?', ele disse: 'Não estamos atendendo. Só estamos atendendo casos do interior, não tem pacientes de Cuiabá, só do interior'. Chegou ao ponto do Hugo [Fellipe], que é co-interventor, proibir o diretor de nos autorizar a subir, três membros da Comissão de Saúde […] nos proibiram de subir. Ou seja, essa Casa vai ter que tomar uma atitude grave”, ressaltou.

A confusão começou quando ele cutucou o vereador de oposição Dilemário Alencar (Podemos). Vidal disse que, no momento de fiscalização no hospital, iria chamar o parlamentar para acompanhar a agenda, mas desistiu após ter visto comendo churrasco em um vídeo publicado nas redes sociais.

Demilson Nogueira (PP) pediu questão de ordem e outros vereadores da oposição também, o que irritou Vidal, que perguntou ao progressista se ele advoga para intervenção.

“Antes o senhor defendia o crime? Se o senhor defende o errado, é só sair. Além de sair, o senhor quer induzir os outros ao erro?”, questionou.

Em seguida, Demilson saiu do plenário e a vereadora Maysa Leão pediu ao presidente para dar continuidade à sessão. Porém, Vidal afirmou que ela estava atrapalhando a sessão.

Na sequência, Dilemário pediu ao presidente da sessão que estudasse o Regimento Interno, pois, ao invés de apresentar propostas, Vidal fez denúncias contra a equipe estadual.

“Vereador Demilson pode falar que é advogado da intervenção. Duro é o senhor [Vidal], que é o advogado do paletó, isso é duro. O senhor ficou silenciado o tempo inteiro quando faltava dipirona, faltava tudo na saúde, o senhor ficava que nem um gatinho, quietinho, com pessoas morrendo na fila. Agora, está um leão para defender os interesses do prefeito Emanuel Pinheiro. Não é assim. O senhor tem que ter mais equilíbrio. O senhor virou ditador? Agora é o ditador Vidal? Só falta o senhor vestir a vestimenta do Maduro e o paletó, alguma coisa assim”, provocou.

Depois, Demilson apelidou Vidal de pequeno Maduro, em referência ao ditador venezuelano.

“Quando ele preside essa Casa, essa não é a primeira vez que nós temos que nos retirar do plenário, dado a atitude que ele adota como pequeno Maduro da Câmara de Cuiabá”, enfatizou.

 
 
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