Ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol esteve em Cuiabá nesta quarta-feira, 6 de dezembro, para participar do evento do Partido Novo, que já se organiza para as próximas eleições. Durante entrevista, o deputado federal cassado comentou que é contra a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF), porque ele seria "uma espécie de mistura de Alexandre Moraes com o ministro Gilmar Mendes".
"O Partido Novo é um time de pessoas que não tem receio de se colocar contra os donos do poder no Brasil e iniciou um abaixo-assinado e coletou mais de 400 mil assinaturas para que Dino não vá ao Supremo Tribunal Federal. A gente vê que a população está se organizando para manifestação no dia 10 de dezembro, contra Dino no STF. Não se pode acontecer que ministros atuem como políticos, fazendo articulações políticas para indicações, seja para o Supremo Tribunal Federal, seja para o Tribunal de Contas da União, seja para ministérios do governo. E, infelizmente, a gente vê um Supremo Tribunal Federal excessivamente político no Brasil", criticou o parlamentar cassado.
O ex-procurador da Lava Jato também fez criticas à atuação da Suprema Corte. Segundo ele, o STF tem se colocado acima dos outros Poderes Constituídos, invadindo competências do Congresso Nacional com suas decisões.
"A legitimidade de um tribunal vem do caráter técnico das suas decisões, de aplicar a lei e não de fazer política. O que a gente vê é uma deturpação e um desequilíbrio de poderes no Brasil, em que o Supremo tem se colocado acima dos outros Poderes, inclusive invadindo competências do Congresso Nacional, com a descriminalização do aborto, com a descriminalização das drogas e com a destruição do marco temporal prejudicando todo o agronegócio, que nós sabemos que aqui no Mato Grosso é muito pujante", criticou.
Mais que reclamar, Dallagnol convidou a população de Mato Grosso a assinar abaixo-assinado do Partido Novo contra a indicação de Flávio Dino para a vaga no STF.
"Eu convido você a assinar o abaixo-assinado do Novo e somar a centenas de milhares de brasileiros que decidiram não só se indignar, não só ficar reclamando no futuro, mas agir, sair da inércia e partir para a ação. Porque isso é efeito novo, de pessoas que acreditam que podem fazer a diferença e dão o passo adiante para transformar o Brasil. Às vezes você pode achar que pessoas como eu, pessoas como governadores, prefeitos, senadores, deputados, são os protagonistas da mudança, mas o grande protagonista é o cidadão brasileiro", concluiu.