Eleito primeiro-secretário da Assembleia Legislativa para o próximo biênio, o deputado Dr. João (MDB) disse nesta quinta-feira, 31 de agosto, que os parlamentares devem repetir a mesma formação da Mesa Diretora caso o Supremo Tribunal Federal (STF) determine uma nova eleição na Casa de Leis. Em conversa com jornalistas, ele afirmou que qualquer mudança seria “extrema trairagem” e poderia arranhar a imagem da Assembleia.
A eleição da Mesa Diretora foi contestada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em ação no STF, devido à antecipação da escolha da Mesa Diretora do próximo biênio. A Procuradoria da Assembleia deve contestar a ação, na tentativa de manter a decisão que já foi tomada pelos deputados estaduais.
"Bom, eu acho que se acontecer uma situação dessa [mudança na Mesa], uma extrema trairagem, né? A imagem da Assembleia, na minha opinião, ela vai ser muito arranhada, né? Porque foi feito uma coisa de consenso, com muitas reuniões, com muitas conversas e chegou numa situação que foi eleita por unanimidade", afirmou.
Em conversa com jornalistas, Dr. João também explicou que, quando conversaram sobre a composição da Mesa Diretora, os parlamentares não levaram em consideração às eleições municipais, se seriam eleitos ou não, já que o foco deles no momento era apenas a composição do comando da Casa.
Apesar de alguns deputados não terem vencido as eleições municipais, Dr. João acredita que a chapa já eleita na Assembleia poderá ser repetida. Ele lembra que houve unanimidade na eleição da Mesa Diretora, pois havia um acordo entre todos os parlamentares.
"Eu acredito, todo o clima, pelo seguinte: é uma chapa que foi criada, ela foi eleita por unanimidade. Eu estava conversando hoje com algumas pessoas, isso aconteceu, se não me engano, há 16 anos atrás, na eleição do Sérgio Ricardo. Quer dizer, é muito difícil, a gente sabe a guerra que foi. E essa aqui foi uma eleição tranquila e também por unanimidade. Então, acho que não justifica a gente não tirar essa chave ou ficar com medo de ter alguma mudança. Foi uma eleição livre, sem discussão, sem problema nenhum, que não teve rejeição. Eu acho que não justifica a mudança", disse.
Na ação, o procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, afirma que o parlamento não respeitou o regimento interno da Casa, que prevê a eleição somente na última sessão ordinária do mês de setembro. Além disso, o MPF argumenta que, por simetria com a Constituição Federal, a eleição só deveria acontecer a partir do mês de outubro.