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Política Terça-feira, 09 de Fevereiro de 2021, 10:56 - A | A

Terça-feira, 09 de Fevereiro de 2021, 10h:56 - A | A

RETORNO ÀS AULAS

Edna quer dossiê sobre situação das escolas municipais

Assessoria de Imprensa

A vereadora Edna Sampaio (PT) encaminhará esta semana à Secretaria Municipal de Educação (SME) requerimento de informações sobre as condições oferecidas pelas escolas para o retorno das aulas na modalidade on line e híbrida em Cuiabá.

Nesta segunda (8), a vereadora defendeu que os professores sejam classificados como grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 como parte das medidas necessárias para a volta às aulas na capital.

Em reunião com o grupo de trabalho da área da educação, que compõe o Mandato Coletivo pela Vida e por Direitos, ela definiu a realização de um levantamento junto às escolas sobre as condições de acesso das famílias à internet, a oferta wifi nos bairros e o número de estudantes que efetivamente estão frequentando as aulas on line.

No dia 25 de janeiro, o prefeito da capital, Emanuel Pinheiro (MDB), anunciou a retomada das atividades escolares na rede pública municipal e privada.

A decisão, que consta no Decreto nº 8.315, aponta o retorno nesta segunda. Até março as aulas serão remotas e, a partir de abril, passam para a modalidade híbrida (presencial e remota).

 

Para a vereadora, o retorno não pode ser pensado apenas em termos de infraestrutura das unidades, em medidas como a disponibilização de álcool, o uso de máscaras e a adoção de protocolos de biossegurança.

Ela lembrou que a escola é por si só um ambiente de relacionamentos sociais e um local de aglomeração por natureza. É mais do que um espaço de transmissão de conhecimento: promove a sociabilidade dos alunos. Não compreender isso é um sintoma da falta de conhecimento dos gestores sobre o papel e o funcionamento do ambiente escolar.

“A escola é constituída de pessoas e sua função social é promover a sociabilidade no grupo etário que o frequenta. Não considerar a complexidade que há na constituição de uma escola e não ouvir os profissionais de educação para tomar uma decisão como esta é uma falta de respeito com quem está na sala de aula e sabe como funciona a sala de aula”.

Edna Sampaio criticou a forma como o executivo tem privilegiado o empresariado do ensino privado nas discussões e apontou a falta de experiência dos gestores públicos quanto ao dia a dia das unidades escolares.

“Quando se vai discutir educação, se for educação privada, se chama os empresários para poder dialogar, mas, se for educação pública, os gestores geralmente são pessoas que nunca experimentaram estar numa sala de aula conduzindo uma turma e nunca leram mais aprofundadamente sobre o que significa a educação em cada tempo histórico”, disse ela.

A vereadora defendeu mais investimentos em educação e medidas como a contratação de mais professores, que possibilitaria ter salas de aulas com número menor de alunos.

“A escola não é simplesmente um quadro com um giz e uns robozinhos sentados, todos organizados. O que nós temos que pensar formas de organização diferenciadas e para isso precisa haver mais investimentos na educação. Do jeito que está posto, querem manter a educação como mercadoria barata para os trabalhadores e de alta lucratividade para os empresários”, disse.

“Querem confinar as crianças e os profissionais de educação numa condição em que, para os gestores, basta ter álcool em gel e máscara. Isso não é condição suficiente para garantir a segurança dos profissionais de educação”.

Edna Sampaio salientou os prejuízos que a pandemia trouxe em termos de escolarização para a população menos favorecida economicamente, que não tem acesso à internet e a equipamentos compatíveis, e questionou o uso do celular como ferramenta.

“É completamente absurdo pensar que, durante um ano todo, uma criança vai ficar na frente do celular para participar de aulas on line. Se a escola já um ambiente de estranhamento para quem vem com mais deficiência de renda e de acesso à informação, imagine a escola em ambiente virtual. É completamente estranho para os mais pobres e isso gera uma perda educacional considerável”.

Para elas, faltou planejamento por parte dos gestores públicos, que já sabiam que a pandemia seria de longa duração. “Nós deveríamos ter pensado em um outro modelo de escola e não ficado na improvisação durante todo o ano, usando o smpartphone do aluno (que muitos sequer têm) como ferramenta de educação. Querem voltar às aulas como se nada tivesse acontecido, como se o Estado tivesse feito alguma coisa em relação às escolas”.

Além dos profissionais da educação, a vereadora também cobrou o início da vacinação dos idosos, como vem ocorrendo em outras capitais.

Cuiabá MT, 11 de Outubro de 2024