O prefeito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (Solidariedade), ameaça fechar a cidade e ‘parar o país’ caso a cidade não seja priorizada no envio de vacinas contra a covid-19. A cidade abriga um dos maiores complexos de processamento de soja no país, principal produto de exportação brasileiro.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Patio reclamou da pequena quantidade de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde para Mato Grosso e para sua cidade.
“Se continuar desse jeito, não mandando vacina para Mato Grosso e Rondonópolis, ou mandando a menos do que deveria mandar, proporcional ao que está mandando para o país, aí eu vou ter que tomar uma atitude. Porque se parar Rondonópolis, eu paro uma parte de Mato Grosso e paro o país. Aí vão começar a olhar para Mato Grosso. Não é justo o que está acontecendo”, esbravejou o prefeito.
Para mostrar a seriedade da ‘ameaça’, o prefeito lembrou que a ministra da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, ligou para ele reabrir a cidade quando houve o primeiro decreto de lockdown em Rondonópolis, em junho de 2020.
“Vou mandar um recado para alguns: por enquanto estou segurança para não ter lockdown. Vou segurar até onde puder, mas se eu sentir que está ficando incontrolável, vou tomar uma atitude. Quando a gente fecha, liga todo mundo. A ministra da Agricultura me ligou quando fechei Rondonópolis a primeira vez. Me ligou três vezes, porque iria parar o país. Eu disse: ‘ministra, não adianta ligar. Eu preciso cuidar do meu povo’”, disse.
Rondonópolis tem 100% de taxa de ocupação dos leitos de UTI, com pacientes aguardando por uma vaga no tratamento intensivo. Segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES), a cidade já registrou 22.462 casos de covid-19, com 570 óbitos. É a terceira cidade com maior numero de mortes no estado, atrás de Cuiabá (1.877) e Várzea Grande (765).