O secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, defendeu que o Pantanal tenha pasto no lugar da vegetação. Ao fazer a declaração nesta quarta-feira, 11 de setembro, Fábio disse que por conta da burocracia para realizar a reforma de pastagem o povo pantaneiro saiu do bioma.
Fabio alegou que caso os pantaneiros tivesse ocupado pela atividade pecuária nas fazendas, os proprietários estariam ajudando a cuidar do pantanal. Como o pasto foi tomado pelo mato, tende a pegar fogo na seca.
“A legislação ambiental expulsou o povo pantaneiro do pantanal. A atividade originária do pantanal que era a pecuária hoje não é mais praticada porque ficou praticamente impossível de tanta burocracia você fazer uma reforma de pastagem no pantanal. Quando você não faz reforma de pastagem você não tem um pasto de qualidade, naquele pasto não é economicamente viável fazer pecuária. O que o pantaneiro fez? Saiu”
“Um lugar onde você tinha um pasto com muito gado, portanto um pasto baixo, sempre verde, ali o que aconteceu? Virou mato. É muito mais massa seca, quando pega incêndio mais volume de massa seca vai pegar incêndio. Se o povo pantaneiro tivesse ocupando o pantanal como sempre ocupou, não teríamos essa barreira e o povo pantaneiro nos ajudando a cuidar do pantanal porque eles mesmo cuidariam das suas fazendas”, disse.
Entretanto, a fala de Garcia é contrariada por diversos especialistas que alegam que a presença de gado em áreas protegidas no Pantanal mata árvores, fragmenta habitats e causa erosão que resulta em assoreamento de corpos d’água. A tese é defendida por Lucas Ferrante, doutor em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).
