Após assinar contrato para assumir os repasse dos recursos ao Hospital de Câncer de Mato Grosso, o governador Mauro Mendes (União) disse que não vai pagar a dívida do Município de Cuiabá com a instituição. Na tarde desta quarta-feira, 18, no Palácio Paiáguas, Mendes disse que a prefeitura deu calote no hospital e orienta que o HCan entre na justiça para cobrar o valor.
“É óbvio que não, o governo não vai pagar conta de gente que deu cano, que desviou o dinheiro. Então que o Ministério Público possa acionar, ou que o próprio hospital possa acionar na justiça a Prefeitura e os seus responsáveis por esse calote no Hospital de Câncer. Imagina quantas vidas não podem ter se perdido por esse calote dado pelo município de Cuiabá”, disse.
Mendes disse que não chegou a ver o rombo deixado pela prefeitura de Cuiabá, pois não tem acesso aos documentos, mas percebeu que o tamanho do “caos” deixado afeta a área do diagnóstico e do tratamento de câncer.
“E há que se dizer que desde 2018, segundo nos foi informado pela Secretaria, pelo próprio Hospital de Câncer, o município de Cuiabá não colocava um real, ele recebia dinheiro dos entes estaduais e federais e repassava e mesmo assim deu calote, não repassou, atrasou e complicou a gestão do hospital durante esses anos todos”, disse.
O governo alega estar tentando estadualizar o HCan há tempos, mas a proposta era recusada pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Mendes explicou que a estadualização de uma instituição só pode ser feita por meio judicial ou quando o Município “abre mão” da dela.
O contrato assinado nesta tarde terá vigência de 12 meses. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), a proposta sugere aumentar em 92% o valor do contrato com a unidade, que passará de R$ 48,7 milhões para R$ 93,9 milhões.