O deputado estadual e médico sanitarista Lúdio Cabral (PT) disse que o primeiro lote da vacina CoronaVac encaminhado para Mato Grosso não será suficiente para imunizar os grupos que pertencem a primeira fase. Ainda assim, ressaltou, a vacinação é importante para achatar o crescimento da curva epidemiológica.
Ele alertou ainda que as medidas de biossegurança, como o uso de máscara e distanciamento social, deverão ser aplicados até que a “tempestade tenha passado de vez". Lúdio defendeu que as doses iniciais devem ser aplicadas aos servidores que atuam na linha de frente da covid, mas o plano do governo federal prevê a mesma prioridade para indígenas aldeados.
O Estado recebeu nesta segunda (18) 126 mil doses da CoronaVac, suficiente para vacinar pouco mais de 60 mil pessoas, com duas doses. A campanha de vacinação deve começar ainda nesta terça-feira (19), começando pelos trabalhadores da Saúde, indígenas e pessoas acima de 75 anos, conforme o plano de vacinação do governo federal.
“Se a gente analisar os grupos prioritários, o primeiro grupo de trabalhadores da saúde é composto por 77 mil trabalhadores no Estado. Então, esse número não seria suficiente para vacinar todos os trabalhadores da saúde. Na minha opinião, essa vacina deveria ser destinada àquela parcela dos trabalhadores da saúde que estão na linha de frente, no enfrentamento direto da covid-19”, disse o deputado.
“À medida que novos lotes forem sendo destinados a Mato Grosso, nós podemos ampliar os grupos populacionais a serem vacinados. Só nos grupos prioritários são mais de 800 mil habitantes em Mato Grosso, o que exigiria 1,6 milhão de doses de vacina. A gente vai levar um tempo ainda até alcançar uma cobertura vacinal adequada”, acrescentou.
Lúdio ressaltou que, no momento, é importante vacinar as pessoas que estão mais expostas ao vírus e seguir o plano desenvolvido pelo governo federal. Ele aponta que, com a vacinação, os casos mais graves da doença deixarão de existir, já que a Coronavac tem 100% de eficácia para impedir o agravamento da doença e 50,4% de chances de impedir a infecção.
“Mato Grosso teve nos últimos sete dias 9.647 pessoas infectadas por covid-19. Se toda nossa população tivesse vacinada já, cenário hipotético, metade dessas infecções não existiriam, ou seja, 4.800 pessoas sequer seriam infectadas porque a vacina permitiria ao sistema imunológico da pessoa evitar que o vírus adentrasse as nossas células”, disse.
“Da outra metade da população, dos outros 4,8 mil casos de pessoas que se infectaram, nenhuma delas desenvolveriam de forma moderada ou grave, nenhuma delas precisaria de internação mais. Os sintomas não existiriam ou seriam sintomas muito leves. O mundo já vacinou 30 milhões de pessoas e não houve nenhum tipo de reação adversa grave documentada em 30 milhões de pessoas vacinadas no mundo, portanto, as vacinas são absolutamente seguras”, destacou.